HENRIQUE BERNARDELLI

(Valparaiso, Chile, 1857[1] - Rio de Janeiro, RJ, 1936)

por Camila Dazzi

Henrique Bernardelli nasce no Chile, em 1857. Em 1870 matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes, estudando com pintores de destacada importância, como Victor Meirelles e Agostinho da Motta. Em 1878 naturaliza-se brasileiro para poder concorrer ao Prêmio de Viagem à Europa, concedido pela AIBA[2]. Após perder o prêmio para Rodolpho Amoêdo, viaja para Roma, Itália, em 1879, com recursos próprios. Ali, entra em contato com a obra de artistas como Francesco Paolo Michetti e Giovanni Segantini.Em 1886, embora ainda residindo em Roma, envia ao Rio de Janeiro uma série de obras que fazem parte de sua primeira mostra individual, dentre elas duas cabeças de velhos, muito elogiadas pela crítica de arte, e a tela Ao Sol.

De volta ao Rio de Janeiro em 1888, o artista participa de inúmeras exposições: em 1889, da Exposição Universal de Paris, ganhando medalha de bronze com a tela Os Bandeirantes; em 1890 da Exposição Geral das Belas Artes, onde se destaca com obras como Dicteriade, Tarantella e Calle de Venezia e em 1893 da Exposição Universal de Chicago, com Messalina, Mater e Proclamação da República.

Em 1891, torna-se professor de pintura na recém-inaugurada Escola Nacional de Belas Artes. O artista mantém vivo o contato com a cultura figurativa italiana, viajando constantemente para cidades como Roma, Nápoles e Veneza. Leciona na Escola até 1906, passando então a dar aulas particulares em seu atelier, recebendo concomitantemente encomendas particulares. Sua atuação como decorador merece destaque, tendo realizado trabalhos no Theatro Municipal, na Biblioteca Nacional e no Museu Nacional de Belas Artes.

Em 1916 conquista uma das mais altas premiações que um artista plástico pode aspirar no Brasil: a medalha de Honra. Foi também membro do Conselho Superior de Belas Artes, para o qual prestou relevantes serviços.

* Veja mais sobre Henrique Bernardelli em DezenoveVinte

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[1] Segundo fotocópia da certidão de nascimento de Henrique Bernardelli, localizada no Arquivo do Museu Nacional de Belas Artes - Pasta Henrique Bernardelli.

[2] Jornal do Comercio, 26 de agosto de 78.

[3] Sabemos a partir de documentos, que o artista envia para a exposição duas vistas de Roma, dois estudos de cabeça, uma aquarela intitulada Depois do Sahimento e uma cópia do afresco de Rafael, Missa de Bolsena. Arquivo do Museu Dom João VI/EBA/UFRJ - Ata da Congregação de 17 de dezembro de 1884, parecer dos professores da comissão encarregada do julgamento dos trabalhos apresentados na E.G.B.A de 1884 - João Maximiano Mafra, Victor Meirelles e Pedro Américo.