|
|
Volume III, número 4 │ outubro
2008.........................................................ISSN 1981-030X
|
. |
Editorial
|
Arquitetura e Artes Decorativas.................................. . O pensamento de John Ruskin no debate cultural brasileiro dos anos 1920 por Maria Lucia Bressan Pinheiro Um dos maiores expoentes da crítica romântica de cunho socialista à sociedade capitalista industrial, o inglês John Ruskin, é também considerado o principal teórico da preservação do século XIX na Inglaterra. No presente texto, exploramos a ressonância de suas idéias no panorama cultural brasileiro das primeiras décadas do século XX, principalmente entre os adeptos do Neocolonial. "O gosto à oriental" nas artes decorativas na época de D. João VI por Maria João Albuquerque A
sociedade portuguesa do século XVIII fazia parte de um
cosmos universalizante, constituído por uma rede de
interesses políticos, econômicos e sociais muito
diferenciados, mas que convergiam em espaços e em tempos que
importa aqui especificar. Um desses elementos de convergência, o interesse
pelo exotismo e pelas chinoiseries que caracterizou o fausto das cortes
e das residências dos soberanos da época, é o
tema do presente artigo. Augusto Malta e Marc Ferrez: olhares sobre a construção de uma metrópole por Ronaldo Entler e Antônio Ribeiro de Oliveira Jr. Para reforçar a argumentação sobre a necessidade e a eficiência da reforma urbana que marcou o Rio de Janeiro no início do século XX, dois grandes projetos de documentação fotográfica foram encomendados: um deles a Augusto Malta, que trabalhou diretamente para o prefeito Pereira Passos, e o outro a Marc Ferrez, contratado pela Comissão Construtora da Avenida Central. Cada um desses projetos cumpria funções distintas e complementares, que procuramos aqui analisar. O modo de vida oito-novecentista visto da varanda por Helena Câmara Lacé Brandão e Angela Maria Moreira Martins A
visão que se pode ter a partir da varanda sobre a sociedade
brasileira do século XIX até meados do século XX
é a de uma sociedade muito mais aberta ao convívio do que
fora a do período colonial ou, mesmo, do que é a da
atualidade: diante do modo de vida oito-novecentista, a varanda contraria a sua vocação de filtro e de posto de vigília para se afirmar, predominantemente, como posto de exposição.
. Manoel de Araujo Porto-Alegre: Discurso pronunciado na Academia das Belas Artes em 1855, por ocasião do estabelecimento das aulas de matemáticas, estéticas, etc. transcrição e comentário de Paula Ferrari . Resenha Mulheres Reais - Modas e Modos no Rio de Dom João VI por Larissa Sousa de Carvalho [English] O
texto pretende analisar criticamente a exposição Mulheres Reais - Modas e Modos no Rio de Dom João VI, ressaltando os seus principais aspectos, relativos especialmente à montagem e ao conteúdo, e destacando como, através da moda, a mostra revelava ao visitante a história sob um novo olhar, aquele do universo feminino.
. Notas Biográficas Nicolina Vaz de Assis por Angela Arena [English] Artistas Entre olhares - O romântico, o naturalista. Artistas-viajantes na Expedição Langsdorff : 1822-1829 por Miguel Luiz Ambrizzi. J. M. Rugendas, Hercule Florence e Aimé-Adrien Taunay, artistas da expedição científica organizada pelo barão Langsdorf e herdeiros de conceitos tradicionais da teoria da arte, trabalharam no Brasil também com outras orientações, como a visão totalizante e interativa de paisagem defendida por Alexander von Humboldt, segundo a qual a sensibilidade e a a razão do artista-viajante deveriam atuar em estreita colaboração. O tempo de Victor Meirelles e a cidade de Florianópolis por Sandra Makowiecky [English] Victor
Meirelles, para além dos famosos quadros históricos,
realizou formidáveis paisagens e panoramas. Essa vertente de sua produção manifestou-se bastate cedo, ainda em sua cidade natal, Desterro, atual
Florianópolis, cujas ruas e casarios ocuparam sua atenção de artista. E, embora tenha vivido longe de Florianópolis por imposição da carreira, Meirelles parece indiretamente ter mostrado a cidade mesmo em algumas de suas grandes composições. Oscar Pereira da Silva e suas representações do feminino por Ana Carolina S. Pereira e Gabriella de Amorim Gen [Français] A proposta deste trabalho é apresentar a vida e a obra de Oscar Pereira da Silva e analisar detidamente a maneira como ele representou o feminino, em alguns de seus quadros mais conhecidos, como Escrava Romana, Odalisca e Dalila e Sansão. Para o artista, a mulher representa algumas vezes o papel de objeto de admiração, outras o de um ente a ser temido, uma corporificação do tipo da femme fatale.. Grupo Santa Helena por Elza Ajzenberg [English] Uma arte pouco teórica e bastante prática, calcada na visão direta do ambiente natural e humano, desenvolveu-se amplamente no Brasil a partir dos anos 1930. Os muitos gupos então surgidos foram relevantes não só para a trajetória da arte moderna, mas também para as conquistas sociais da classe artística. Entre esses grupos, um dos mais consistentes foi o Santa Helena, cuja trajetória procuramos aqui discutir . . Obras Melancolia à brasileira: A aquarela Negra tatuada vendendo caju, de Debret por Leila Danziger Em Negra tatuada vendendo caju (1827), Debret parece fazer referência a gravura Melencolia I, de Dürer. Mas essa menção à obra alemã se faz pelo esvaziamento de seu caráter alegórico. Além disso, o espaço adensado da gravura de Dürer dá lugar, na obra de Debret, a um espaço marcado pelos signos do esvaziamento e da distância e por uma sensualidade triste, presente no corpo exposto da negra e nos artigos que se colocam à sua volta. Fé e Modernidade: Arquitetura e Arte em Igreja Paulistana por Flávia Rudge Ramos [English] Fé e modernidade podem parecer termos contraditórios. Entretanto, no final da década de 1930, um grupo de artistas de origem italiana - o arquiteto Leopoldo Pettini, o pintor Fulvio Pennacchi e o escultor Galileo Emendabili - venceu preconceitos e conciliou tradição e inovação para criar a Igreja paulistana de Nossa Senhora da Paz. Baile à fantasia, de Rodolpho Chambelland: A figuração do frenesi por Arthur Valle [English] Baile à fantasia, tela pintada por Rodolpho Chambelland para figurar no 'Salão' de 1913, é um dos pontos altos do diálogo com o universo do Carnaval conduzido pelos artistas fluminenses. Porém, o valor da obra transcende em muito a mera iconografia: ela incorpora as concepções de expressão artística que vinham se afirmando na Europa desde a segunda metade do século XIX e, simultaneamente, acena para uma prática pictórica repleta de autonomia. . |