Sobre
a historiografia da arte oitocentista e as revisões efetuadas durante as
últimas décadas do século XX
Mariela Brazón Hernández *
HERNÁNDEZ, Mariela Brazón.
Sobre a historiografia da arte oitocentista e as revisões efetuadas durante as
últimas décadas do século XX. 19&20, Rio de Janeiro, v. V, n. 1, jan. 2010. Disponível em:
<http://www.dezenovevinte.net/ha/brazon.htm>.
* * *
1.
Durante
as últimas décadas do século passado, a arte oitocentista foi objeto de
importantes revisões. Reconhecidos historiadores mostraram interesse em
desmistificar afirmações que com o tempo tinham sido incorporadas como
verdades, mas que, reconsideradas à luz de novas premissas, revelaram-se pobres
e pouco transparentes. Os fatos foram analisados de maneira mais completa e
mais profunda, chegando, em um surpreendente número de casos, a conclusões que
divergiam do que até então vinha sendo aceito. Segundo as novas pesquisas, a
interpretação da qual tinha sido objeto a arte do século XIX era, em boa
medida, resultado de uma visão unilateral, tanto da época, como de suas
manifestações culturais. Isto levou os especialistas a concluírem que no estudo
desse século - um dos períodos mais cambiantes e complexos da história da
humanidade - qualquer tipo de esquematismo ou reducionismo resultava
perigosamente sufocante.
2.
Provavelmente,
as mudanças mais significativas na visão do século XIX foram consequência da decisão
de certos historiadores de estudar os fenômenos artísticos baseando-se em
critérios que não favorecessem mais às vanguardas; propósito que se fez
evidente a partir da década de 1970. Visto através das lentes
“pró-vanguardistas,”[1] o século anterior tinha sido retratado
como uma sucessão de artistas e movimentos que “superavam” uns aos outros,
opondo-se entre si e afastando-se (sobretudo valorativamente)
daqueles que eram considerados tradicionais, pouco interessantes, carentes de
criatividade ou isentos de novidade. Robert Rosenblum
assinala que “o século XIX foi frequentemente visto como se fosse um tipo de
evolução darwiniana que justificava e explicava formas de arte posteriores”
(ROSENBLUM e JANSON, 1984: 8).[2]
Como resultado da “falsificação” pró-vanguardista chegou-se a desprezar - e em
muitos casos a ignorar - um conjunto considerável de obras e de artistas, aos
quais, só no fim do século passado, começou a ser dada uma justa significação.
Recordemos, entre outros, os tão menosprezados pompiers,
muitos deles reconhecidos em sua época como famosos, mas subestimados pela
historiografia da primeira metade do século XX, por “antagônicas” que pareciam
ser suas propostas se comparadas com as manifestações “verdadeiramente
modernas”. A revisão da arte do século XIX que data da década de 1970
revelou uma situação muito diferente.[3] Descobriu-se, entre outras
coisas, que a arte acadêmica esteve frequentemente ligada às inovações, e que
os condicionantes aos quais ela se sujeitava não eram tão rígidos como se
pensava. Essa arte não se limitou a “copiar” ou a “idealizar” as imagens
produzidas pelos grandes mestres clássicos, negando espaço, como se pensava, à
criatividade pessoal. Também não foi, como sustentavam
os especialistas, uma serva submissa dos interesses oficiais do Estado
(GRADOWSKA, sd: 20-21).[4]
A nova historiografia permitiu tomar consciência dos inúmeros elos que
existiram entre as criações acadêmicas e as vanguardistas, e mostrou que o
acadêmico não podia continuar sendo um capítulo desprezado da história da arte.
3.
À
medida que as vanguardas favoreceram o esquecimento desses artistas “menores”,
surgiram e se fortaleceram vários mitos românticos sobre os artistas modernos,
como o do pintor “selvagemente atacado pelos críticos” e o do “artista que vive
e trabalha no anonimato”. Na atualidade sabemos que essas afirmações não
são inteiramente certas e que a auto-imagem
construída segundo parâmetros vanguardistas deve ser tratada com espírito
crítico. Como afirmam Rosen e Zerner,
delimitar os rasgos característicos das vanguardas não é tarefa fácil, pois “se
trata de um conceito móvel, que pode ser continuamente modificado conforme vamos
sabendo mais coisas sobre o período que abrange” (1988: 131).
4.
Outro
grupo de artistas virtualmente ignorado nas histórias da arte escritas na
primeira metade do século XX, e que foi progressivamente resgatado do olvido, é
o dos pintores do chamado juste milieu,[5] cujas obras, nem ousadas nem
conservadoras, para alguns historiadores não passavam de produções de quinta
categoria, nas quais se outorgava excessiva importância ao tema. Graças a
pesquisadores como Rosen e Zerner
foi possível saber que na obra desses artistas esquecidos já se encontrava o
germe de inovações que seriam desenvolvidas posteriormente por pintores mais
arrojados. A nova abordagem historiográfica não só permitiu resgatar artistas
que tinham sido relegados a um segundo plano - alguns pela nacionalidade,
outros pela fatura de suas obras ou pelo aparente tradicionalismo dos seus
temas -, como também enriqueceu, com olhar renovado, o estudo dos consagrados.
Foram comparadas entre si obras que antes nem se suspeitava que pudessem ter
afinidades, como é o caso da produção de Caspar D.
Friedrich e Vincent van Gogh (ROSENBLUM, 1993: 85 e ss), e se dedicaram estudos monográficos a artistas
que, por diversas razões, permaneciam virtualmente desconhecidos, como o simbolista
Burne Jones.[6]
5.
O
Realismo e o Simbolismo foram dois dos movimentos que se viram catapultados,
saindo por fim do lado escuro da história da arte, onde eram mantidos
pela crítica pró-vanguardista. Do primeiro dizia-se que seu objetivo
central - i.e. representar “fielmente” a realidade
circundante - tinha sido atingido mediante o ajuste estrito às formas e cores
locais e em consonância com o rechaço total da idéia
de composição. Hoje em dia sabemos que os críticos da época usavam o termo
“realismo” em um sentido mais conceitual do que formal, para adjetivar as
representações com mensagem social nas quais se exaltava, sem idealização, a
miséria de certos grupos humanos, e não particularmente para referir-se à
fidelidade plástica com o modelo.[7]
A observação sem prejuízos das obras de Courbet, Daumier e do mais ilusionista dos três grandes realistas, Millet, corrobora a enorme importância dada por esses
artistas à composição e à escolha prévia de certos elementos plásticos, nem
sempre correspondentes com a realidade local. Muito mais objetiva resulta a
nova postura que passa a considerar o Realismo como um movimento que navega
entre duas águas: a acadêmica, que mostra ilusoriamente a realidade através de
uma superfície acabada que beira os limites do
fotográfico (fini); e uma tendência mais
“ousada”, que valoriza os elementos formais de representação e em alguns casos
favorece o desaparecimento do tema. Segundo Rosen e Zerner, “uma obra da vanguarda realista se nos revela
em primeiro lugar como um objeto artístico material, compacto, e só depois nos
permite ter acesso ao mundo contemporâneo que descreve” (1988: 150).
6.
Por
sua vez, o Simbolismo, por ser um movimento fortemente ligado à literatura,
tinha sido qualificado pejorativamente pelos historiadores
pró-vanguardistas como “meramente narrativo”. Também se chegou a pensar
que era um fenômeno completamente isolado das outras manifestações artísticas
da época. A historiografia posterior demonstrou que o Simbolismo foi um
movimento bastante diversificado e, sem negar as influências que teve da
corrente literária homônima, sublinhou que ele se alimentava de profundas
reflexões sobre temas de corte metafísico, movidas por um
claro rechaço ao positivismo imperante. Foi comprovado também que o
Simbolismo exerceu importantes influências a nível internacional (LUCIE-SMITH,
1972: 143). Ainda mais, sua presença constante durante boa parte do século XIX
permitiu considerá-lo como uma “ponte entre o Romantismo da primeira parte do
século XIX e a arte moderna” (LUCIE-SMITH, 1972: 206). Não nos deve surpreender
então que os autores tenham redescoberto o lado simbolista de pintores
vanguardistas como Picasso, e que expressionistas abstratos como Rothko possam agora ser qualificados de simbolistas. Em
suma, “detrás das formas e das cores que se encontram sobre a superfície
pictórica há sempre algo mais, outro âmbito, outra ordem de significado”
(LUCIE- SMITH, 1972: 7).
7.
Nos
casos até aqui comentados - Academicismo, Realismo e Simbolismo - identificamos certos elementos de juízo que foram postos em
dúvida nos estudos mais recentes do século XIX. As revisões não se
limitaram a esses três momentos específicos. Se examinarmos a visão nova e a
tradicional de outros movimentos, como o Impressionismo, o Pós-impressionismo, o Ecletismo e o Romantismo, encontraremos que a essência das
críticas se repete, apenas com ligeiras variações. As diferenças que separam as
duas linhas historiográficas são, basicamente, de tipo metodológico, entre elas
se destacando a ênfase que a postura mais recente coloca nas fontes primárias e
sua intenção de focalizar sem prejuízos as complexas interações entre cultura
de época, artistas e obras, vistos como um todo. Alguns autores opinam
que para aproximar-se com fidelidade à arte do Oitocentos,
é necessário que ela seja considerada tematicamente. Werner Hofmann, por exemplo, já defendia nos anos sessenta que “em
uns poucos temas constantes [...] está a verdadeira unidade do século que vai
de Goya a Cézanne” (apud PRAZ, 1976: 158). A análise da arte
oitocentista organizada por temas, apreciável na maneira como foram concebidas
várias exposições em museus a finais do século passado, permitiu identificar
características comuns entre movimentos vistos até então como fenômenos
enfrentados. É o caso do Impressionismo, que agora sabemos esteve enraizado no
Realismo, não só tematicamente mas também em seu
desejo de alcançar com objetividade uma certa realidade.[8]
8.
A
metodologia usada por Robert Rosenblum examina os
fatos artísticos do século XIX em íntima conexão com os sucessos da época. Este
autor propõe diversificar as fontes, pois, na sua opinião,
o conjunto de fatores que deve ser considerado para o estudo do caso
oitocentista é extenso e plural. Isto obrigaria os historiadores do dito
período a dilatar seus conhecimentos para poder abordar assuntos extremamente
diversos, que vão da “história da tecnologia” até “os mistérios da
genialidade”. A ampliação de critérios implicaria também, entre outras coisas,
a “internacionalização da história do século XIX”, quer dizer, a abertura das
fronteiras de estudo além dos limites tradicionalmente impostos pela visão
francesa (ROSENBLUM e JANSON, 1984: 8-10). Por esse caminho foram invalidadas
algumas cisões temporais e espaciais entre certos movimentos, artistas e obras,
até então aceitas. Como consequência da proposta “globalizante”, também surgiram maneiras alternativas de periodizar o século, nas
quais ficou claro que os movimentos oitocentistas não nasceram nem morreram em
um dia ou em um lugar específico. Os historiadores começaram a perceber, cada
vez com maior intensidade, o impacto que tiveram os sucessos extra-artísticos no âmbito plástico - não só os políticos,
religiosos e sociais, como também os científicos e tecnológicos.
9.
A
visão integral da arte e da cultura do século XIX impediu que a arte “não
culta” continuasse passando despercebida, dando-se relevância inédita às artes
aplicadas, às gravuras, às caricaturas, ao popular, etc.[9]
Também começou a ver-se além da arte ocidental e a compreender-se o impacto que
as formas de representação chegadas do Oriente, em especial do Japão,
significaram para alguns artistas modernos, como foi o caso dos impressionistas
e pós-impressionistas. Possivelmente um dos resultados mais interessantes
alcançados por Rosenblum ao abordar a arte
oitocentista de maneira globalizada, tenha sido reconhecer no Romantismo o
grande fio condutor que une muitas das manifestações dos séculos XIX e XX
(1993: 85,149).[10]
Recordemos, nesse sentido, a Hugh Honour quando, indo
até a raiz do fenômeno, afirma que “os estilos românticos nas artes visuais
irradiam em todas as direções a partir do centro imóvel do neoclassicismo”
(1989: 20).[11] Rosenblum,
por sua vez, acrescenta que o Romantismo não morreu no século XIX.
Segundo este autor, até bem avançado o século XX, não são poucos os artistas
que “prestam homenagem aos grandes mestres românticos” e, contudo, “a maioria
perpetua motivos e emoções românticos sem consciência dos seus precedentes
históricos” (ROSENBLUM, 1993: 149).
10.
Todo
o anterior nos leva a concluir que a visão mais recente do século XIX, trabalhada
a partir dos anos 1970, diferencia-se da mais tradicional em questões
essenciais: 1) na maneira global de conceber historicamente o século: sua
cultura, sua ciência, sua arte, sua política, como um conjunto coeso; 2) na
importância relativizada que dá à inovação como critério de valorização
plástica; 3) na postura crítica que adota perante “etiquetas” predeterminadas,
como a classificação por estilos, a delimitação de movimentos ou a aparição e
desaparição de tendências; e 4) no grau de
rigidez de suas conclusões, as quais são aceitas por seus autores sem que por
isso se negue a necessidade de constantes revisões.
11.
As
disparidades para entender a arte oitocentista, aqui expostas,[12]
colocam-nos na obrigação de darmos continuidade à reavaliação dos conceitos,
datas, interpretações e juízos valorativos até hoje aceitos; dados que, se não
forem revisados em profundidade, podem entorpecer a compreensão cabal de toda
uma época. Talvez agora, mais do que nunca, estejamos tomando consciência do
pouco que conhecemos a arte do século XIX, e nos disponhamos a reaproximar-nos
a ela, mesmo que isso signifique a obtenção de conhecimentos fragmentados.
Devemos notar, entretanto, que, embora pareça paradoxal e isso implique a complexização do fato estudado, esses fragmentos são mais
valiosos e confiáveis que a visão compendiada do Oitocentos
oferecida até hoje por algumas histórias da arte, à qual muitos continuam
acostumados. O que mais importa é que as revisões prossigam, e que não nos
conformemos com a imagem “congelada” e “inerte” de uma época.
Referências bibliográficas
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ROSENBLUM, Robert;
JANSON, H. W. 19th-century Art. New York: Abrams, 1984.
TINTEROW, Gary,
LAYRETTE, Henri. Origins of Impressionism.
New York: MOMA, 1994-1995.
* Mariela Brazón Hernández. Dra. em Artes
Visuais - Universidade Federal do Rio de Janeiro. (marielabrazon@yahoo.com.br).
[1] Quando falamos de
visão “pró-vanguardista” nos referimos à historiografia que privilegia as
vanguardas, produzida principalmente durante a primeira metade do século XX.
[2] A tradução desta
citação, e das seguintes, é nossa.
[3] Escritores como Rosen e Zerner assinalam que o
resgate da imagem dos artistas “oficiais” ou “pompiers”
data dos anos 70 do século passado, “embora já antes tinha começado a
amadurecer silenciosamente” (1988:194).
[4] Em relação à velha
e à nova visão da pintura acadêmica do século XIX, ver também (ROSEN e ZERNER,
1988: 12-13, 192-217).
[5] O termo “le juste milieu” foi
usado por primeira vez em 1831 para referir-se àqueles pintores que se
encontravam a meio caminho entre o classicismo davidiano
e o agitado e ousado romantismo. Seu uso como termo estilístico, devemo-lo a
Leon Rosenthal, quem no ano de 1914 o vinculou aos pintores “que gozaram do
favor do público nas décadas de 1830 e 1840 [...] O objetivo artístico
fundamental desses artistas era a acessibilidade instantânea” Cfr. (ROSEN
e ZERNER, 1988: 117). Robert Rosenblum pensa
que o vocábulo juste milieu tem um matiz
político, dado que se refere a uma arte que “refletia muitos dos compromissos
do governo de Louis-Philippe, quem ensaiou uma monarquia que agradava aos
burgueses mais poderosos, mas que também se ajustava ao gosto das multidões que
passeavam pelos salões” (ROSENBLUM e JANSON, 1984: 162-163).
[6] Edward Lucie-Smith dedica a Burne Jones
o capítulo X do seu livro Symbolist Art (1972: 127 e ss).
[7] Em relação à visão
do Realismo em função do seu conteúdo social, sugerimos ler o texto de Donald
Drew Egbert, El arte y la izquierda
en Europa - De la Revolución Francesa a mayo de
1968 (1981: 173-192, 219-225). Também é importante consultar o conjunto de
textos do escritor oitocentista P. J. Proudhon
agrupados sob o título Du principe de l'art - edição aqui consultada: Sobre el Principio del
Arte (1990: 225-357).
[8] Lembremos que
vários dos postulados que serviram de apóio ao
Impressionismo derivam das pesquisas realizadas pelos cientistas Michel Chevreul (Lei do contraste simultâneo das cores - 1839) e
Hermann von Helmholtz (A óptica da pintura - 1855).
A
respeito da abordagem temática do movimento Impressionista, recomendamos
consultar o trabalho conduzido por Gary Tinterow e
Henri Loyrette (MOMA, NY) no qual os autores
chegam a conclusões como a seguinte: “the origins of New Painting can be
found in the subtle passage from Realism to
Impressionism, from Courbet to Manet, and then in the
rather more quick movement to Monet and Degas” (1994-1995: xiii).
[9] Anna Gradowska afirma que “uma história da arte do século XIX
que se limite à arte culta elimina alguns elementos muito importantes na
evolução iconográfica da mesma”; e acrescenta: “nunca antes o
conhecimento das relações mútuas entre todas as artes foi considerado tão
indispensável” (1993:2 3).
[10] O alcance desse
“fio condutor” nos resulta ainda mais significativo quando lemos a seguinte
afirmação de Rosen e Zerner:
“O Realismo é um resultado direto do Romantismo e, ao mesmo tempo, uma reação
contra ele...” (1988: 35). A idéia de uma
rígida fronteira entre esses dois movimentos se vê
profundamente enfraquecida quando se tem uma visão menos preconceituosa dos
fatos.
[11] No tocante a esse
assunto, também é importante a tese sustentada por G. C. Argan,
na qual propõe que as fronteiras tradicionalmente delineadas entre o
Neoclassicismo e o Romantismo sejam revistas e atenuadas (1975: 4).
[12] Por razões de
espaço nos resulta impossível incluir comentários mais amplos sobre outras
propostas metodológicas para o estudo do século XIX. Entretanto, queremos
recomendar a leitura do texto de Hans Hinterhäuser: Fin de siglo -
Figuras y mitos (1980). Nesse livro, o autor explora a complexidade da vida e
da cultura nos últimos anos do século XIX, fazendo uso de um método que aborda
os fatos “horizontalmente”, o que lhe permite “relacionar os fatores
intelectuais e psíquicos da época com os fatores reais e objetivos, [...]
descobrir por trás da evolução da sensibilidade a história social e das idéias, para assim poder iluminar mais adequadamente o
período de tempo considerado” (1980: 13). Observem-se as coincidências
metodológicas entre o procedimento de Hinterhäuser e
a proposta “globalizadora” de Rosenblum.