A modernização do ensino da arte no século XIX - A reforma da Accademia di San
Luca e a criação do Istituto di Belle Arti di
Roma
Camila Dazzi [1]
DAZZI, Camila. A
modernização do ensino da arte no século XIX - A reforma da Accademia di San Luca e a criação do Istituto di Belle Arti di Roma. 19&20, Rio de Janeiro, v. XII, n. 2,
jul./dez. 2017. https://doi.org/10.52913/19e20.xii2.06
* * *
1. Os
anos que se seguiram ao longo processo de unificação política da Itália, cujo
evento final é a proclamação de Roma como capital do reino, em 1871, foram um
período conturbado. Entre outras demandas, diante da necessidade de
sistematização e atualização do ensino, todo o sistema de educação do país
passou por duras críticas e consequentes reformas. Nesse sentido, também o
ensino das artes mereceu atenção, originando-se um significativo debate sobre a
modernização da instrução artística na Itália.
2. Em tal
contexto, se deu a reforma das academias de belas artes italianas. O caso
emblemático que aqui analisamos é o da Regia Accademia
di Belle Arti, denominata di San Luca,
fortaleza da “tradição acadêmica,” que, apesar de uma tenaz
resistência, em 1873, foi privada da sua secular atividade didática, função
confiada ao nascente Real Istituto di Belle Arti, dependente do
novo Estado Nacional Unitário do Reino da Itália.[2]
3. É
notório que, ao longo de todo o século XIX, em vários países das Américas e da
Europa, o sistema de ensino ministrado nas academias foi considerado
ultrapassado. O discurso que pregava a modernização da formação ofertada aos
jovens artistas se expandiu, firmando-se definitivamente na segunda metade do
Oitocentos, quando ocorreram as reformas de instituições importantes, como a École
de Beaux-Arts, em Paris, a Academia Russa de
Belas Artes, em São Petersburgo, e a mais significativa instituição da América
do Sul, a Academia de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
4. O
termo “academia” se tornou progressivamente sinônimo de artificialidade,
repetitividade e fechamento às propostas do presente, em contraste com a defesa
da originalidade e da liberdade de invenção, reivindicada pelas gerações mais
jovens. A querela entre os que invocavam uma renovação das academias e os que
defendiam essas instituições chegou ao seu ápice na Itália com a tese de Pietro
Selvatico, Sulle riforme da portarsi alle accademie di belle arti in Italia (1849), que sustentava a inutilidade e a
nocividade das academias, propondo a abolição ou a radical transformação das
instituições.[3]
5. A
insatisfação com o ensino ministrado nas academias foi reavivada duas décadas
após a emblemática publicação de Selvatico no Congresso
Artistico di Parma,
realizado em 1870, que reuniu vários artistas e proclamou uma arte livre de
“dogmas acadêmicos.” Da discussão originada durante o congresso surgiu o “grito
de revolta contra o academismo dominante,” tornando-se o resultado daqueles
debates conhecido como il catenaccio
delle Accademie.[4]
6. A
partir das fontes pesquisadas, sabe-se que durante o Congresso de Parma foi
elaborado um documento endereçado ao rei Vittorio Emanuele II di Savoia que requeria a reforma de todo o ensino artístico
na Itália.[5] As solicitações de mudança foram ouvidas
por Antonio Scialoja,
ministro da Instrução Pública, que, motivado por colocações e exigências como
aquelas levantadas durante o Congresso, disciplinou a relação entre a Accademia di San Luca
e seu ensino público, com o Real Decreto de 9 de outubro de 1873. O mencionado
decreto desvinculou as escolas de arte da Accademia,
visando assim desassociar o ensino artístico do academismo, da “tutela de
mestres já ultrapassados e de seus dogmas.”[6]
De fato, a Academia romana não teve modificada somente sua função didática, mas
foi dividida em duas instituições: de um lado, a Accademia
di San Luca, “guardiã da tradição histórica,” e
de outro, o Istituto di
Belle Arti di Roma,
destinado exclusivamente à atividade didática.[7]
7. O
primeiro artigo dos Estatutos de 1873 da Real Academia determinava:
8.
A R. Accademia di San Luca depende do
Ministério da Instrução Pública. Este consta de um corpo acadêmico ou de uma
Academia propriamente dita e de um Instituto de Belas Artes. O primeiro possui
um presidente e o segundo um diretor.[8]
9. A
estratégia posta em prática na histórica instituição romana era dupla. Tornar
mais funcionais os ambientes destinados ao ensino no inaugurado Istituto di Belle Arti, com sede na famosa via Ripetta,
equipando-os com os mais recentes meios auxiliares de ensino, e, igualmente,
apesar das dificuldades, manter a organização dos concursos que caracterizavam
a vida da Accademia di
San Luca desde o século XVII. Os concursos eram um importante índice de
hiato entre a produção acadêmica e aquela mais moderna. Os trabalhos dos alunos
premiados na época de 1870, em desenho, escultura ou projetos arquitetônicos,
os quais expunham pela primeira vez, sugeriam eloquentemente a grande
distância, tanto na forma como nos temas, da profunda renovação que durante
anos havia conduzido a pesquisa artística mais avançada na Itália, como as
experiências do Verismo e dos Macchiaioli.[9]
A reforma surgia, então, como uma via para a incorporação das pesquisas
artísticas mais recentes no seio da Academia, tornando-a moderna.
10. Os
membros da Accademia di
San Luca, no entanto, não aceitaram as mudanças introduzidas pelo Decreto
de 1873 e o novo Estatuto da instituição chegou a ser chamado de “aborto
informe.”[10] A reação dos artistas vinculados à
Academia acerca do decreto de Scialoja deu origem,
ainda em 1873, a um protesto redigido e impresso direcionado ao ministro, no
qual reivindicava-se a liberdade da Academia em relação ao Instituto
recém-criado.[11]
11. Assim
Camilo Boito relata a questão, em artigo publicado
naquele mesmo ano:
12.
Os
acadêmicos de San Luca se encontraram três dias depois [da publicação do
decreto] em reunião geral, estando presentes vinte e oito professores,
incluindo um prussiano, Wolff, um bávaro, Riedel, um francês, Hebert, um americano, Rogers. Eles deliberaram responder ao
ministro as seguintes questões: que quando a Accademia
foi fundada em 1577, pelo pintor Girolamo Muziano, Gregorio XIII a declarou perpetuamente senhora das suas
posses e das suas leis; que esse direito foi respeitado por Napoleão, e por
todos os Papas; [...] que se o governo desejava fundar novas escolas de belas
artes tinha autoridade, mas que não poderia batizá-las com o nome de San Luca;
que a biblioteca e a pinacoteca da Accademia são
propriedades dessa, que a Accademia, em suma, “não
pode, nem deve, diante de qualquer autoridade, reconhecer o direito de alguém
de impor um estatuto sem a vontade ou sem ao menos seu preciso consentimento.”[12]
13. O
desejo dos professores da Academia se concretizou com o Real Decreto de 29 de
junho de 1874,[13] que estabeleceu a total separação da
Academia em relação ao Instituto.[14] Apesar de ter reconhecido o direito do
ministro de reformar e reordenar todos os institutos de ensino, o conselho de
estado estabeleceu, igualmente, a Accademia
di San Luca como “corpo moral,” com a
prerrogativa na introdução de modificações que julgasse oportunas na sua
constituição. Com tal premissa, o conselho de estado convidou a Academia a
remover de seus estatutos tudo o que estava relacionado à administração das
escolas de arte e, da mesma forma, solicitou ao ministério que reformulasse o
decreto.[15]
14. Com o
decreto de 1874, o então ministro da Instrução Pública, Girolamo Cantelli, legalizou aquilo que já havia sido indicado no
Decreto de Scialoja, de 1873, retirando as escolas
públicas de arte da Accademia di San Luca e transformando-as em um corpo separado e
independente, com o título de Real Istituto di Belle Arti di
Roma.
15. Posteriormente,
o Real Decreto de 29 de junho 1874 desvinculou definitivamente a Academia do
Instituto.
16.
Art. 2 O
atual estatuto substituirá inteiramente aquele aprovado com o citado decreto de
9 de outubro de 1873, revogadas todas as disposições contrárias ao presente. [...]
17.
Estatuto
ou regulamento orgânico do Instituto de Belas Artes em Roma.
18.
TITULO I
19.
Art. 1
As escolas públicas de arte em Roma, dirigidas outrora pela Academia di San Luca, são removidas dessa dependência e se
constituem em corpo separado com o título de Instituto de Belas Artes [...].
[grifo nosso].[16]
20. Para
lançar luz sobre algumas das mudanças que ocorreram na Accademia
di San Luca e mais propriamente no sistema de
ensino das belas artes em Roma com a criação do Istituto de Belle Arti, julgamos necessário
incluir em nossa análise os últimos estatutos da academia romana antes da
reforma de 1873, os Statuti della Pontificia Accademia Romana di Belle Arti, detta di
San Luca, de 1817, redigidos depois da restauração da estrutura política
precedente ao domínio napoleônico na Itália.[17]
A apreciação do documento nos ajuda a compreender as melhorias implementadas
com a reforma do sistema de ensino artístico em Roma:
21.
CAPÍTULO
III
22.
Das
Cátedras
23.
Artigo I
24.
Em
relação às escolas para instrução dos jovens, o Conselho estabeleceu os
seguintes professores.
25.
Três
professores de pintura. O primeiro explica a teoria da arte e, principalmente,
da composição e das cores; os outros dois ensinam alternadamente [grifo
nosso] a execução do desenho, começando dos primeiros elementos, e prosseguem
até a cópia de estátuas, do nu, de desenhos etc. [...]
26.
Os professores
de pintura e escultura presidem cada semana, alternadamente [grifo
nosso], na Escola de Desenho, Nu e Drapejado.[18]
27. Um dos
pontos que merecem destaque nos Estatutos de 1817 é a divisão do ensino de uma
disciplina entre diferentes professores. No caso da pintura e da escultura, o
professor que ministrava as aulas teóricas não era o mesmo que lecionava as
aulas práticas. Além dessa segmentação, dois professores de pintura se
revezavam no ensino.
28. Nos
anos que se seguiram aos Estatutos de 1817, o revezamento de professores veio a
ser severamente criticado em toda a Europa e nas Américas e estratégias foram
criadas para substituí-lo. Uma delas foi o sistema das Meisterklassen,
no qual o meisterklasse era o “mestre de
aula.” Segundo estudiosos como Nicolau Pevsner e Anonio Pinelli, durante o século
XIX, de modo gradual, o sistema das Meisterklassen
foi inserido nas academias com o propósito de modernizar a formação dos
artistas.[19] Inaugurado na Academia de Düsseldorf, em
1820, o Meisterklassen se difundiu por todo o
Ocidente.[20]
29. O
revezamento dos professores pode ser explicado se considerarmos o objetivo que
era atribuído ao ensino nas academias. É notório que até o início do século XIX
a função das academias era, em grande medida, ensinar os alunos a atingir a
pureza do belo ideal. Acreditava-se que a “objetividade” da beleza ideal
poderia ser incorporada em modelos supremos, “imitáveis” e, portanto,
transmissíveis. Assim, a função dos professores era a de ensinar preceitos
claros e definidos. Essa crença determinou a estrutura do ensino nas academias
baseada no sistema de rodízio de professores.
30. Em seu
texto, Antonio Pinelli
menciona o caso emblemático de Jacques-Louis David, o qual ainda jovem fez
parte da Real Academia de Paris, “com onze professores que se sucediam todos os
meses, em uma espécie de ‘corrida de revezamento’ tão cara aos artistas, que
assim negligenciavam as obrigações de um compromisso didático considerado
demasiado pesado.”[21]
31. A
hostilidade contra esse sistema que permitia uma contínua rotação de
professores deu origem à exigência da reforma do ensino artístico, encampada
por vários artistas e intelectuais, que de fato ocorreu, especialmente, com a
adoção do sistema das Meisterklassen. Surgiram
assim academias reformadas, escolas e institutos estruturados em classes que
tinham um único mestre, o qual acompanhava seus alunos até que esses
conseguissem o diploma final.
32. A
introdução do sistema das Meisterklassen está
estreitamente vinculada a uma concepção moderna de arte, que se afirmou na
segunda metade do século XIX e que definia a subjetividade, a expressividade e
a originalidade dos artistas como pontos fundamentais.[22]
Portanto, verdadeiros antídotos à teoria do belo ideal, transmitido através de
estudos e de uma perspectiva “objetiva..
33. A nova
função do professor, diferentemente de ensinar preceitos, era constituir um
modelo para os alunos, individualizando e cultivando talentos peculiares. Cada
aluno deveria se exprimir com a originalidade que lhe era própria. Logo, o
professor ou mestre era um exemplo e um maiêutico: deveria saber fazer crescer
o potencial artístico dos seus alunos, em uma relação constante e exclusiva. De
aprendizado de preceitos, o ensino acadêmico das artes se transformou em uma
espécie de iniciação.[23]
34. Nesse
sentido, o que verificamos nos Estatutos de 1817 é, por um lado, a evidente
diminuição do número de professores, como no caso da pintura, reduzidos a três,
mas, por outro lado, a continuidade do sistema de rotação de docentes e a
separação entre ensino teórico e ensino prático, “transmitidos” por diferentes
professores.
35. A
ausência de graduação no sistema de ensino é outro ponto manifesto nos
Estatutos de 1817, que em nenhum momento apontam a exigência de que os alunos
sigam um currículo ordenado. A requisição de maior sistematização do ensino nas
academias foi um dos fatores que conduziram as reformas ocorridas na segunda
metade do século XIX em toda a Europa e nas Américas.
36. A
cobrança por parte de artistas, intelectuais e mesmo políticos acerca de um
currículo estruturado para o ensino das artes teve origem no pensamento
positivista, que condenava a forma como a educação era pensada até o início do
século XIX: um conjunto de disciplinas independentes e conhecimentos avulsos,
decorados e sem conexão entre si. Para os teóricos positivistas, o ensino de
qualquer disciplina deveria partir da aquisição, de forma consecutiva e seriada ,de noções e
raciocínios simples para aqueles cada vez mais complexos.[24]
De acordo com filósofos como Comte, o ensino deveria ser pensado em função de
uma seriação sistemática, partindo sempre daquilo que já era conhecido e
observado pelos sentidos, do conhecimento mais geral e menos complicado para
alcançar o desconhecido, o abstrato, o mais especializado e o mais complexo.[25]
Uma academia de arte moderna em sintonia com seu tempo necessitava, portanto,
oferecer aos seus alunos disciplinas como sequências lógicas e não conteúdos
avulsos (sem sucessão), pois a verdadeira instrução consistia no
desenvolvimento harmônico do entendimento, mediante a ação convergente de
disciplinas apropriadas, aprendidas em sua gradação lógica e colaboração
natural.
37. Com
base na leitura dos Estatutos do Istituto di Belle Arti di
Roma, datados de 29 de junho de 1874, é possível averiguarmos que foram
implementadas mudanças visando uma formação que privilegiasse a individualidade
e a originalidade dos alunos, bem como maior estruturação do currículo.[26]
Como consta nos Estatutos de 1874, o ensino foi dividido em um curso
preparatório de um ano e um curso comum de dois anos, obrigatórios para todos
os alunos ingressantes no Instituto. Nesses três anos, os alunos deveriam
aprender elementos das ciências matemáticas, desenho geométrico, perspectiva,
desenho a claro-escuro da figura e do ornato, anatomia do corpo humano,
literatura e história da arte.[27]
38. Tal
ensino comum era seguido, de acordo com a escolha do aluno, por um curso especial:
pintura, escultura ou arquitetura. Para cada um desses cursos, havia uma classe
específica e a duração era de um ano, a não ser para arquitetura, cuja duração
era de três anos, sendo dois desses obrigatórios.[28]
39. O
curso especial de pintura compreendia estudo das estátuas nuas, planejamento a chiaroscuro, proporções do corpo humano, desenho do
real de cabeças e de extremidades, exercícios de crítica sobre as obras
clássicas, perspectiva aplicada, anatomia artística e continuação dos estudos
literários e de história da arte. A prática da pintura propriamente dita
ocorria nos ateliês dos professores honorários, que eram escolhidos pelos
alunos conforme a afinidade que sentiam com os mestres. Os alunos só eram
habilitados a frequentar os ateliês dos professores honorários após terem sido
aprovados em todos os níveis do ensino obrigatório.[29]
40. O
curso especial de escultura compreendia as matérias indicadas para pintura,
sendo substituído o desenho de chiaroscuro
pelo desenho modelado e pelo estudo da arquitetura que resguarda os monumentos
honorários e fúnebres. A prática da escultura também ocorria no ateliê do
professor honorário de escultura.[30]
41. É
perceptível que a estrutura do ensino se tornou mais rigorosa e seriada. Para
prosseguir de um nível a outro mais avançado, como do curso comum para o curso
especial, o aluno deveria ter dominado todo o conhecimento fornecido. É o que
esclarece o Artigo 31 dos Estatutos do Instituto.
42.
Art. 31
43.
No final
de cada ano de ensino, será realizado um exame para permitir que os alunos
continuem seus estudos. Aqueles que não forem aprovados no exame podem repetir
os estudos do ano. Se eles falharem em uma segunda prova, são dispensados da
escola.[31]
44. Por
sua vez, a liberdade de expressão, tão cara aos artistas da segunda metade do
século XIX, encontrou representação na escola livre de desenho de modelo-vivo
que estava atrelada ao Instituto. Tratava-se da Scuola
Libera del Nudo, que contava com modelos
variados pelo caráter[32] e pela idade e na qual era dada
preferência aos alunos do próprio Instituto. A escola de modelo-vivo, no
entanto, poderia ser frequentada por todos que, tendo passado nos exames de
admissão ou provindo de outras instituições ou academias, houvessem fornecido
provas de possuir a instrução necessária para se exercitar, com proveito, no
desenho ou no modelado do estudo do nu. A disciplina e a vigilância, também para
a parte artística, eram confiadas a um dos professores determinados pelo
diretor.[33]
45.
CAPÍTULO
VI - Escola Livre do Nu
46.
Art. 51
No Instituto haverá uma escola gratuita de desenho de modelo-vivo, com modelos
variados por caráter ou por idade. [...]
47.
Os
professores são obrigados a formular apontamentos ou a fazer correções que
sentirem mais apropriadas sobre os desenhos dos jovens alunos do Instituto
sempre que forem solicitados e, se eles excederem o tempo, também nos desenhos de
outros alunos que formularem perguntas.[34]
48. A
Reforma da Academia de 1873 conseguiu renovar o quadro docente, ainda que não
fosse esse seu propósito inicial. Com o Real Decreto de 1873, foi estabelecido
o Regulamento Orgânico dos Professores e Empregados da Academia e do Instituto.
No entanto, como a Academia se recusou a aderir às novas diretrizes e acabou
por ser desvinculada das escolas, o ministro abriu concursos de seleção de
professores para o Instituto recém-criado, com o propósito de ocupar as novas
cátedras.
49. O
ensino passou a ser ministrado por professores titulares assistidos por adjuntos
e encarregados segundo a necessidade. Os titulares e os adjuntos eram nomeados
por decreto real, após concurso, e raramente por mérito. Os encarregados eram
nomeados anualmente pelo ministro tendo como base uma proposta do conselho dos
professores. Os adjuntos e os encarregados eram colocados sob a dependência do
titular e a esse estava conferida toda a responsabilidade do ensino.[35]
Os professores titulares do novo Instituto foram o pintor Filippo Prosperi, para o ensino da figura desenhada; o escultor
Girolamo Masini, para a plástica da figura [Figura 1]; o
pintor Domenico Bruschi, para o ornato; e Basílio
Magni, para a história da arte e literatura.[36]
Figura 1 - Documento do Instituto
de Belas Artes, assinado pelo professor de escultura Girolamo Masini, datado de Roma, 1 de julho de 1879. “O abaixo-assinado professor de Escultura
deste R. Instituto de Belas Artes certifica que o Sr. Domenico Lucertoni, escultor que vive em Spoleto, completou o curso
de Escultura, obtendo com louvor os primeiros prêmios nas aulas.”
50. Compreende-se
que a nomeação dos professores honorários no Istituto de Belle Arti respeitava o direito dos
alunos na escolha do próprio mestre, aquele que iria aconselhá-los e guiá-los
nas vias da arte.
51. Sob o
parecer de uma junta de belas artes, o ministro poderia nomear professores
honorários, não mais que dois por arte, entre aqueles que por obras
universalmente prestigiadas houvessem conquistado fama de excelentes artistas.[37]
A esses honorários de pintura e escultura poderia ser ofertado um atelier no
edifício do Instituto ou em outro lugar vinculado ao Ministério, desde que o
professor assumisse a responsabilidade de acolher aqueles jovens que
voluntariamente solicitassem, a fim de completarem suas formações práticas
depois de terminar os cursos obrigatórios e concluir as provas dos relativos
exames.[38] Os primeiros professores honorários do
Instituto foram Cesare Maccari (pintura) e Giulio
Monteverde (escultura).[39]
52. Como
forma de provar os avanços obtidos com as modificações implementadas no sistema
de ensino das artes, o Instituto de Belas Artes realizou, em 1874, uma mostra
dos trabalhos dos anos escolásticos de 1873 e 1874. Tratou-se de uma exposição
comparativa, reunindo sobretudo desenhos de figura humana e desenhos de ornato
de antigos alunos da Accademia di San Luca e de alunos do Instituto que seguiam
a nova orientação adotada pela instituição.[40]
Ficou claro aos críticos da mostra que o novo rumo tomado era mais moderno ou
mais próximo do que se esperava naqueles anos de uma instituição que formava
artistas. Sobre a questão, Fausto Vagnetti assevera:
“o Instituto prevaleceu e pela autoridade ministerial e pelo próprio ministro
da Instrução Pública o diretor Prosperi foi chamado
‘O triunfador’.”[41]
53. A
título de considerações finais, podemos afirmar que o sucesso do Real Istituto di Belle Arti di Roma foi determinante
para o ensino artístico na Itália, levando o então ministro da Instrução
Pública, Michele Coppino, a empreender a reforma de
outras academias sob as diretivas do instituto romano. O sistema de ensino
adotado no Instituto exerceu, por exemplo, influência na reforma da Academia de
Belas Artes de Nápoles.
54. Os
pintores Domenico Morelli e Filippo Palizzi, figuras
decisivas nos novos rumos do ensino das belas artes em Nápoles, visitaram Roma
com o propósito de defender algumas ideias sobre o assunto perante o ministro Coppino e foram convidados por ele a conhecer o complexo
histórico na Via Ripetta, tradicionalmente chamado
“Il ferro di cavalo,” a fim de verem in loco
os resultados obtidos com as novas orientações didáticas adotadas.[42]
Posteriormente nomeado diretor da academia reformada em Nápoles, Filippo Palizzi se convenceu das melhorias e aceitou o convite do
ministro para elaborar um projeto de reforma da instituição napolitana. Nos
arquivos do Instituto em Roma, são localizadas correspondências de Palizzi solicitando informações sobre programas, instruções
e horários dos cursos e trabalhos realizados pelos alunos. Domenico Morelli,
por sua vez, em muitas ocasiões, se dirigiu a Francesco Prosperi
- pintor, professor e diretor do Istituto di Belle Arti di
Roma – requerendo conselhos.[43] A reforma da Accademia
di Belle Arti di Napoli se trata, no entanto, de tema a ser detalhado
em um artigo futuro.
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Num. 176.
R. D. DEL 9 OTTOBRE 1873, N°
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Roma. Gazzetta Ufficiale. Anno
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Num. 312.
STATUTI DELLA PONTIFICIA
ACCADEMIA ROMANA DI BELLE ARTI DETTA DI S. LUCA, con il rescritto pontifício del 15 febbraio 1818 e l’elenco degli Accademici del 1817. 15 dicembre 1817. Roma - F. Bourlié,
1818.
_____________________________
[1] Professora do CEFET/RJ,
tendo realizado estágio pós-doutoral, como bolsista da CAPES, na Università degli Studi di Napoli Federico II/Itália e doutorado em Teoria da Arte
no PPGAV/EBA/UFRJ.
[2] BOITO, Camilo. I nuovi decreti sulle
Accademie di Belle Arti. Nuova Antologia,
v. XXV, febbraio 1874, p. 880-896.
[3] CALCIOLARI, Maria Carla
Ramazzini. L'accademia
di Belle Arti di Parma durante Il Governo di
Maria Luigia D'Austria e la
Direzione di Paolo Toschi (1814-1854). Università
Degli Studi di Parma, Dottorato
di ricerca in Storia dell'Arte e dello Spettacolo, 2013. p. 27-30.
[4] VAGNETTI, Fausto. La Regia Accademia di Belle Arti di
Roma. Firenze:
Le Monnier, 1943. p. 30-37. Pode ser traduzido como
“o cadeado das academias” ou “a tranca das academias”, ou seja, o fechamento
das academias.
[5] STRUKELJ, Vanja. Città in mostra. Parma 1870, immagine debole di un potere in crisi. Ricerche
di S/Confine, v. I, n. 1, 2010.
[6] VAGNETTI, Fausto. La Regia Accademia di Belle Arti di
Roma. Firenze: Le Monnier, 1943, p. 47.
[7] BERTA,
Barbara. La Formazione della Figura Professionale Dell’architetto. Roma
1890-1925. Roma,
2008. Dottorato in Storia e conservazione dell’oggetto d’arte e
di architettura. Università degli Studi di Roma Tre, p. 27.
[8] R. D. DEL 9 OTTOBRE 1873,
N. 1634. Col quale si approva
il Statuto o Rigolamento orgânico della R. Accademia ed Istituto di Belle Arti di San Luca in Roma. Gazzetta Ufficiale.
Anno 1873. Roma - Martedi,
11 Novembre, Num 312. No
original: “TITOLO I. Art. 1. La R. Accademia
detta di San Luca dipende dal Ministero della
Pubblica Istruzine. Essa consta di un Corpo accademico, o Accademia propriamente detta, e di un Istituto di Belle Arti. Il primo ha un presidento, ed il secondo un direttore”
(Cfr. Link).
[9] BERTA,
op. cit., p. 27-28.
[10] BOITO, op. cit., p. 880-896.
[11] PROTESTA DELL’INSIGNE ACCADEMIA ROMANA DELLE BELLE ARTI DENOMINATA DI
S. LUCA CONTRO UN NUOVO STATUTO IMPOSTOLE DAL MINISTRO DELLA PUBBLICA
ISTRUZIONE DEL REGNO D’ITALIA. Roma, Tipografia delle
Belle Arti, 1873. O documento foi publicado em: Sessantacinque anni
delle scuole di belle arti della
insigne e Pontificia Accademia
Romana denominata di S.
Luca: Memorie di un cattedratico. Roma: G. Civelli, 1895, p. 39-43 (Cfr. Link).
[12] BOITO, op. cit.. No original: “Gli Accademici di San Luca si riunirono tre giorni
dopo in generale adunanza, presenti
ventotto professori, tra i quali un prussiano, il Wolff, un bavarese, il Riedel,
un francese, 1’Hebert, un Americano, il Rogers. Deliberarono di rispondere al Ministro le cose seguenti:
che, quando 1’Accademia fu fondata
nel ISV? dal pittore Girolamo Muziano, Gregorio XIII
la dichiarò perpeiuamente padroyia in tutto delle sue possidenze
e delle sue leggi; che questo diritto fu rispettato da Napoleone I e da tutti i Papi;
che, tranquilla per tre secoli
sotto un Governo detto assoluto, invocavano ora l’articolo 29 e l’articolo 32 dello Statuto del Regno d’Italia, cioè la inviolabilità della proprietà e il diritto di riunirsi pacificamente senz' armi; che se il Governo voleva fondare delle nuove
scuole di belle arti era padrone di farlo, ma non le poteva battezzare col nome di San Luca;
che la biblioteca e la pinacoteca dell’
Accademia sono proprietà di essa; che l’Accademia, insomma, ‘non può né deve,
avanti a qualsiasi Autorità, riconoscere il diritto in alcuno
d’imporle uno Statuto senza la sua volontà
o senza almeno il suo preciso consenso’.”
[13] VAGNETTI, op.
cit., p. 47.
[14] PROTESTA
DELL’INSIGNE..., op. cit., p. 39-43.
[15] BOITO, op. cit.
[16] R. D. DEL 29 GIUGNO 1874,
N. 2007. Col quale si approva
il Statuto o regolamento organico dell Istituto di
Belle Arti in Roma. Gazzetta Ufficiale.
Anno 1874. Roma - Sabato,
25 Luglio Num. 176. No original: “Art. 2. Il detto statuto sostituirà
interamente quello approvato col citato decreto del 9 ottobre 1873, restando abrogate tutte le disposizioni contrarie alle presenti. [...] Statuto o regolamento organico dell'Istituto di Belle Arti in Roma. TITOLO I.
Art. 1. Le scuole pubbliche
di belle arti in Roma, già rette dall'Accademia
di S. Luca, sono tolte da quella dipendenza e costituite in corpo separato col titolo di
Istituto di belle arti” (Cfr. Link).
[17] PICARDI, Paola. Spazi e strumenti didattici dell'Accademia di San Luca negli anni della Restaurazione.
Le ‘Scuole mute’ e le ‘Scuole parlanti’ – Studi e documenti sull'Accademia di San Luca nell'Ottocento. Roma:
De Luca, 2002. p. 169-172.
[18] Statuti
della Pontificia Accademia Romana di Belle Arti detta di
S. Luca, con il rescritto pontifício del 15 febbraio 1818 e l’elenco degli Accademici del 1817. 15 dicembre 1817. Roma
F. Bourlié, 1818. No original: “CAPITOLO III. Delle Cattedre. Articolo I. Rapporto alle scuole per istruzione de`giovani, il Consiglio ha stabilito i Professori seguenti. Tre Professori in Pittura. Il primo spiega le teorie
dell’Arte sotto tntti i rapporti, e
principalmente della composizione,
e del colorito; gli altri due
insegnano alternativamente la
esecuzione del Disegno, incominciando da’ primi elementi,e
proseguendo fino alla copia delle Statue,
del Nudo, de’ Disegni ec. [...] I Professori di Pittura e di
Scultura presiederano ogni settimana alternativamente alla scuola del
Disegno, del Nudo, e delle Pieghe” (Cfr. Link).
[19] Em seu estudo clássico,
“Academias de arte: passado e presente”, Nikolaus Pevsner cita o estabelecimento da Meisterklassen
como “a mais importante inovação na história das academias durante o século
XIX”. PEVSNER, Nikolaus. Academias de arte:
passado e presente São Paulo: Companhia das Letras, 2005 p. 213.
[20] VAUGHAN, William. Cultivation
and control: the ‘Masterclass’ and the Dusseldorf Academy in the Nineteenth
century. CARDOSO, R; TRODD, C. Art and academy in the nineteenth century.
New Jersey: Rutgers University Press, New Brunswick, 2000. p. 150-163.
[21] PINELLI, Antonio. Passato e futuro delle accademie: una valutazione. In: L’accademia
oltre l’accademia:
atti del convegno Formazione, conservazione e comunicazione dell’arte. Firenze: Accademia di Belle Arti,
2007.
[22] Para compreender a
noção de moderno no século XIX, ver: DAZZI, Camila. O moderno no Brasil ao
final do século 19. Revista de História da Arte e Arqueologia (RHAA),
Campinas (SP), v. 17, jan-jun, p. 87-124, 2012.
[23] VAUGHAN, loc. cit.
[24] NUNES, Antonieta de
Aguiar. Política
educacional no início da república na Bahia: duas versões do projeto liberal.
Salvador, 2003. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação da
Universidade Federal da Bahia. p. 13.
[25] COMTE,
August. Cours de Philosophie Positive. Tome
I, Primier Volume. Paris: Anthropos, 1830. Disponível em: <http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k76267p> Acesso em: 30 out.
2017.
[26] R. D. DEL 29 GIUGNO
1874..., op. cit. Na sequência, transcrevemos um breve trecho dos
Estatutos de 1874 que trata do ensino. “CAPITOLO IV - Dell’insegnamento.
Art. 18. L’insegnamento è ripartito in preparatorio, comune e speciale. Art. 19. L'insegnamento preparatório dura un
anno e versa sugli elementi della scienza matematica uniti allo studio
dela prospettiva, sulla
língua italiana e sulle prime notizie
dela storia applicata alle belle arti. Art. 20. L’insegnamento comune, il quale avrà
due classi, dura due anni, e comprende
lo studio del disegno lineare,
geometrico e prospettivo, dell'ornato e dela figura; la continuazione dello studio di lettere
italiane, della storia dell'arte, e l'osteologia.”
Terminato questo
insegnamento l’alunno dovrà dichiarare a quale classe del’'insegnamento speciale intende ascriversi. Art. 21. L’insegnamento
speciale è distinto secondo le arti
e per ciascun arte vi sarà
uma classe. Dura un anno
per ciascuna classe o arte, eccetto che a riguardo
dell'architettura per la quale dura ter anni; ma di questi
anni di corso debbono essere frequentati obbligatoriamente soltanto i due primi. Art. 22. L’insegnamento
per la classe di pittura compreende lo studio delle
statue nude e vestite, e
dela proporzioni del corpa umano, il
disegno a chiaroscuro (con matita, acquarello
ed ol o di
un solo colore), il disegno dal vero di teste e di altre
parti estreme del corpo umano
[...]”
[27] R. D. DEL 9 OTTOBRE
1873..., op. cit.
[28] Idem.
[29] Idem.
[30] Idem.
[31] Idem. No original: “Art.
31. Alla fine di egni anno d’insegnamento sarà fatto un
esame per bilitare gli alunni a proseguire
negli studi. Quelli che non vincono la prova potranno ripetere gli studi dell’anno.
Se vengono meno ad una seconda prova, sono congedati dalla scuola”.
[32] O “caráter” pode ser
compreendido como “os traços distintivos de determinado objeto e
particularmente a qualidade intelectual e moral de um indivíduo, ou o conjunto
de qualidades que o distinguem como personalidade”. DEONNA, Waldemar. Carattere. In: ENCICLOPEDIA
UNIVERSALE DELL’ARTE. v. III. Venezia-Roma: Instituto per la Collaborazione Culturale, 1964, p. 111. Original: “I tratti
distintivi di ogni oggetto e particolarmente la qualità intellttuali e morale di un
indiviuo, o l'insieme delle qualità che
lo distinguono come personalità.”
[33] R. D. DEL 9 OTTOBRE
1873..., op. cit.
[34] Idem.
No original: “CAPITOLO VI - Scuola libera del nudo.
Art. 51. Nell’Istituto vi sarà
una scuola libera di disegno
del nudo con modelli variati
per carattere o per età. [...] I professori sono obbligati a dare il loro avviso
o fare la correzione che reputano più
opportuna sui disegni de'giovani alunni dell’Istituto, quando ne sono richiesti:
e se loro sopravanzi il
tempo anche su' disegni degli altri
studiosi che ne facessero loro domanda”.
[35] Idem. TITOLO III. Istituto di Belle Arti. CAPITOLO I - Degli insegnanti.
[36] VAGNETTI, op. cit., p. 38.
[37] R. D. DEL 9 OTTOBRE
1873..., op. cit. TITOLO III. Istituto di Belle Arti. CAPITOLO I - Degli
insegnanti.
[38] R. D. DEL 29 GIUGNO
1874..., op. cit.
[39] VAGNETTI, loc. cit.
[40] DAMIGELLA, Anna Maria
et all. Romaccademia:
un secolo d'arte da Sartorio a Scialoja. Roma: Gangemi, 2010. p. 27.
[41] VAGNETTI, op. cit., p. 46.
Original: “L’Istituto stravinse e della autorità ministerial e dello stesso ministro dela pubblica istruzione il Direttore Prosperi
fu appellato ‘il triunfatore’.”
[42]
Ibidem, p. 37.
[43]
Ibidem, p. 83.