O ESPAÇO DE CRIAÇÃO DOS PINTORES RETRATISTAS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO
XIX
Márcia Valéria Teixeira Rosa (Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro)
Resumo: Pretendemos apresentar algumas considerações sobre os ateliês dos
artistas retratistas na cidade do Rio de Janeiro, na segunda metade do século,
entendendo a pintura de retratos como gênero importante no cenário artístico do
Brasil oitocentista.
No reinado de D. Pedro II, toda a produção artística realizada por
alunos e professores da Academia Imperial de Belas Artes estava relacionada com
o projeto nacionalista, sendo recorrente a propaganda à monarquia. Assim, nas
décadas de 1850 a 1870, os artistas tinham como principal inspiração os
acontecimentos históricos do país e retratação de importantes personagens para
atender às encomendas da corte imperial.
Outro mercado para os artistas retratistas era as irmandades religiosas
leigas, para quem executavam retratos de seus provedores, benfeitores,
mantenedores, entre outros cargos administrativos, e cujos contratos detalhavam
todo o processo de execução, incluindo a localização dos ateliês. Os artistas
trabalhavam ora nos espaços da igreja, ora em seus próprios ateliês, onde
mantinham todo um aparato cenográfico para a execução da pintura de retrato.
Esperamos, contudo, nessa comunicação contribuir para a identificação
deste espaço de trabalho do artista, tendo o ateliêr como espaço de criação e
teatralização, para atender o gosto artístico vigente.