CASA-JARDIM-ATELIÊ: O ESPAÇO PARA A CRIAÇÃO DE VISCONTI

Mirian N. Seraphim (Instituto Federal de Mato Grosso)

Resumo: Desde o período em que era aluno da Academia Imperial das Belas Artes, Eliseu Visconti já demonstrava sua inclinação para as paisagens domésticas: casas, quintais, jardins. A pintura realizada com o cavalete ao ar livre foi uma das reivindicações da reforma pretendida pelos “insidiosos” professores e “insubordinados” alunos em 1890, dentre os quais Visconti foi destaque na exposição do Ateliê Livre. O tema o acompanhou durante toda a sua carreira, e embora nunca tivesse deixado sua produção nos ateliês, em especial os retratos e as composições decorativas por encomenda pública, seguiu pintando cada vez mais ao ar livre, notadamente os arredores de suas residências. A especial relação entre o ateliê e a casa do pintor se evidencia na própria construção do edifício da Avenida Mem de Sá. Nele Visconti morou com a família por um tempo, recebeu jornalistas, persistiu em tempos de revolução, pintou incessantemente. Até o dia em que, enquanto trabalhava, foi assaltado e golpeado, o que acabou ceifando-lhe a vida em poucos meses.