CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ATELIÊS DE HENRI LEHMANN E THÉODORE CHASSÉRIAU

Martinho Alves da Costa Junior (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo: O objetivo central desta comunicação é apresentar alguns discursos acerca dos ateliês dos artistas Henri Lehmann e Théodore Chassériau. Ambos, amigos e colegas do mesmo ateliê de Jean-Auguste Dominique Ingres. Este ponto é fulcral, se por um lado existe uma grande proliferação documental desses locais de trabalhos inatacavelmente mais aclamados, como de Ingres ou David - cujos espaços foram inclusive documentados e trabalhados por ilustres alunos, no primeiro caso, Amaury-Duval que foi responsável pela descrição contemporânea mais completa do local de trabalho de Ingres, e Étienne-Jean Delécluze cujo trabalho sobre o ateliê de David é fundamental para se conhecer o mestre -, o mesmo não se aplica quando pensamos em ateliês de artistas que, de alguma forma, estavam relacionados a eles. O caso de Henri Lehmann e Théodore Chassériau é marcante. Lehmann não foi inteiramente descoberto, os estudos sobre o artista são escassos e as informações disponíveis sobre seu ateliê o são ainda mais. Contudo, deste local, sob a tutela do artista, saíram figuras como Georges Seurat e Alphonse Osbert. As descrições do ateliê de Lehmann se concentram nos depoimentos desses alunos e descortinam um modo livre de trabalho.

Théodore Chassériau, por sua vez, possui um lugar de destaque entre estes artistas. Certamente é o aluno de Ingres mais conhecido e o mais estudado. Embora não haja imagens relacionadas ao seu ateliê, a documentação é mais sedimentada. Recentemente a associação dos Amis de Chassériau, publicou uma série de cartas que se imaginava perdida. Nelas encontra-se a gênese da criação de seu ateliê, as diversas investidas de seu irmão sobre este ponto. Pretende-se relacionar tais cartas com descrições importantes para a concepção do que foi o ateliê de Chassériau, como o famoso relato de Théophile Gautier, L’atelier de feu de Chassériau. Desta forma, este trabalho pretende contribuir para a compreensão desses espaços de importância capital na cultura e praticamente inexplorados.