OS ARTISTAS MILITARES DO RIO GRANDE
Cláudia Elisa Padilha Bussinger (UFPEL)
Resumo: O final do século XVIII e inicio do século XIX, foram anos de grande importância na definição das fronteiras meridionais entre os territórios sob domínio português e espanhol. Neste contexto, destacou-se o trabalho dos engenheiros militares portugueses ou a serviço de Portugal na Cartografia, para auxiliar na demarcação dos limites entre as duas coroas, na Arquitetura Militar, Civil e Religiosa, bem como no traçado urbano das Vilas que eram estabelecidas com vistas à efetiva colonização do território. A Vila do Rio Grande de São Pedro localizada junto ao mar e acessada por via marítima pela Barra de mesmo nome, ocupou posição de destaque no plano estratégico português de defesa contra os espanhóis e foi portanto palco para a atuação desses profissionais cuja formação nas Aulas de Fortificação e Arquitetura Militar em Portugal e o conhecimento dos principais tratados portugueses de Arquitetura Militar e Fortificação da época permitiu uma rica e altamente qualificada produção técnica e artística. A manifestação da influência desses tratados, em especial “o Methodo Lusitanico” de Luis Serrao Pimentel e o “Engenheiro Portugues” de Manuel de Azevedo Fortes pode ser fortemente percebida na obra desses profissionais. Dentre os militares que ali atuaram, sobressaíram alguns nomes como o do fundador do presídio que deu origem à Vila, o Brigadeiro José da Silva Paes, e outros como José Custódio de Sá e Faria, o General Jacques Funck, o Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim e o ajudante de Infantaria com exercício de Engenheiro José Correia Rangel.