PRESENÇA DA ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTES E DA ESCOLA NACIONAL DE BELAS ARTES NO CENÁRIO DAS ARTES VISUAIS EM SANTA CATARINA

Sandra Makowiecky (UDESC)

Resumo: A criação da Academia Imperial de Belas Artes - AIBA, no Rio de Janeiro, 1826, inaugura o ensino artístico no Brasil em moldes semelhantes aos das academias europeias, procurando garantir aos artistas formação científica e humanística. No período republicano, passa a ser Escola Nacional de Belas Artes, em 1889. Artistas de Santa Catarina frequentaram a Instituição em períodos diversificados.

Victor Meirelles de Lima, um dos maiores expoentes da arte brasileira e considerado por muitos o maior pintor brasileiro do século XIX, nasceu em Florianópolis em 1832. Aos quatorze anos de idade ganhou uma bolsa para frequentar a Academia Imperial de Belas Artes e aos vinte anos conquistou o Prêmio Especial de Viagem à Europa.

Martinho de Haro, nascido em São Joaquim, em 1907, aos 20 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde entrou para a Escola Nacional de Belas Artes. Em 1936 recebe a Medalha de Prata no salão Nacional de Belas Artes, e um ano depois o prêmio de viagem ao exterior.

Agostinho Malinverni Filho nasceu em Lages em 1913. Em 1928, num concurso de âmbito estadual conquistou o 1º. Lugar em desenho. Em 1934, iniciou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, ingressando com bolsa de estudos do governo do Estado de Santa Catarina. Permaneceu na Escola até 1945.

José Silveira D’Ávila Nasceu em Florianópolis em 1924. Frequentou por oito anos a Escola Nacional de Belas Artes com bolsa concedida pelo governo do Estado de Santa Catarina, onde ingressou ainda adolescente, com 19 anos, em 1945. Alcançou várias premiações importantes na Escola Nacional de Belas Artes como Medalha de Ouro em pintura e medalha de bronze em escultura.

A obra de arte como acontecimento não conhece história, ultrapassa o tempo. O acontecimento está na produção de sentido e esta pode ser uma problemática a ser analisada ao nos aproximarmos da presença da Academia Imperial de Belas Artes e da Escola Nacional de Belas Artes no cenário das artes visuais em Santa Catarina. O que de sua influência restou? Quais possíveis desdobramentos? E talvez consigamos perceber o que resta daquilo que não se pode compreender, como por exemplo, alguns esquecimentos.