Paula Ferrari (UFJF)
Resumo: A presente comunicação é parte das conclusões da pesquisa de mestrado sobre Araújo Porto-alegre e sua contribuição pioneira na história da arte brasileira. A história, e a história da arte em particular, fazem parte desse esforço do século XIX de inventariar e dar visibilidade ao país. Fisicamente e moralmente. Manoel de Araújo Porto-alegre dedicou sua vida a esta empreitada, conjugando história, arte e patriotismo. Para ele o vestígio material, percorrendo uma escala do mais ordinário objeto das necessidades cotidianas à obra de arte que responde pelas necessidades morais, é passível de ser estudado como registro do ambiente que o gerou e torna-se diapasão dos progressos conquistados. Desta forma a simples transposição mecânica de técnicas, formas, expressões se torna uma falácia. No caso brasileiro, se por um lado existem os elementos que os portugueses trouxeram, por outro existe a integração desses elementos a um novo lugar resultando em novas forças, novas características que acabam por emergir sob a configuração de uma nova nação, com uma forma de pensar e se expressar própria. No caso de Porto-alegre, é importante perceber nesse panteão material uma sobreposição de interesses voltados para o sentimento nacional e a possibilidade de uma coleção que forneça elementos para uma estudar a evolução da arte. Os trabalhos do artista e do historiador se complementam dando a ver a realidade por trás das aparências e promovendo o progresso.
Palavras-chave: Araújo Porto-alegre; Historiografia brasileira; Patrimônio.