Cláudia Eliane Parreiras Marques Martinez (UEL)
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo compreender a arte colonial no sul do Brasil, em especial, os remanescentes encontrados no atual Estado do Paraná. Das principais localidades onde se encontram as obras destaque será dada para a Igreja de São Sebastião de Porto de Cima, localizada no município de Morretes/Paraná. Edificada em 1779, quando a localidade ainda convivia com o garimpo do Ouro a ermida passou por uma reestruturação no século XIX que, curiosamente, construiu uma nova fachada no lado oposto da original. Uma vez que o pedido de demolição do corpo antigo da igreja, pela falta de proporção e simetria do conjunto, não foi autorizado pelo presidente da província em 1874, a construção acabou mantendo os dois frontispícios - o antigo e o novo. As diferentes fachadas deixam transparecer dois momentos dessa história: o frontispício original construído no século XVIII, em estilo Barroco, revela a fase áurea sendo, por isso, mais elaborado com se pretende mostrar nessa comunicação. Já a fachada atual, erguida na década de 1840, possui características mais singelas e que coincide com o desenvolvimento da erva-mate na região em um momento que a planta assumira grande importância no mercado internacional. Pretende-se com esse estudo investigar as transformações arquitetônicas e artísticas da referida igreja associando e relacionando-as com a ocupação do litoral meridional. Do mesmo modo, busca-se a interface entre as características barrocas/coloniais expressas no período aurífero e as modificações ocorridas nas primeiras décadas do século XIX, quando o cultivo da erva-mate constituía a principal atividade econômica.
Palavras-chave: Arte Barroca; Arquitetura; Paraná.