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FRANCISCO MANUEL CHAVES PINHEIRO (Rio de Janeiro, RJ 1822 -
idem, 1884) por Fátima Alfredo Francisco Manuel Chaves
Pinheiro nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1822 e morreu em 1884, na mesma
cidade. Foi discípulo de Marc Ferrez e com isso adquiriu forte influência da
Escola Francesa. Escola essa, formada por artistas como Cláudio Barandier, Luis Buvelot, os irmãos Moreaux, Luis Constante Belisle,
Alexandre Cicarelli, Rugendas, Lasanha, Jules Le Chevrel, João Batista
Borelli, Fernando Krumholtz, Luis
Stalloni, Corelli, Fachinetti,
Henrique Vinet, Augusto Francisco Biard, Carlos Linde, Calixto Taglibue, Frederico Tirone,
Sílvio Piccozzi Giuliani, G. M. Heaton, “em sua maioria, artistas de boa, fina e apurada
arte” e que estavam sob o domínio de tendências como o Neoclassicismo e o
Romantismo. Participou diversas vezes das exposições da Academia. Em 1850,
ingressa como professor na Academia Imberial das
Belas Artes (AIBA), sendo nomeado substituto da cadeira de escultura, da
qual se tornou titular, assumindo a vaga aberta com a morte de Francisco Elídio Pânfiro (1823-1851) em
1851, por um período de trinta e três anos. Embora a cadeira de
escultura não tivesse obtido tantos prêmios quanto a de pintura, as medalhas
conquistadas pelos alunos de estatuária e de ornatos durante as exposições
gerais foram de grande importância. Como aluno, Chaves Pinheiro
ganhou três medalhas, sendo duas de prata e uma de ouro, ocasião em que
recusou uma viagem de estudos para a Europa. Como professor, foi o que mais
tempo atuou na academia e o que mais produziu. Além disso, foi agraciado com
a condecoração de cavaleiro imperial ordem da rosa e com a comenda oficial
da ordem de cristo. Entre outras atuações de mérito, integrou em 1867, a
comissão brasileira para a exposição internacional de Paris, onde exibiu sua
obra a estátua
eqüestre de D. Pedro II na rendição Uruguaiana. Foi um exímio bronzista,
pois fundiu em bronze inúmeras obras, no conjunto de sua produção, além de
ser requisitado para várias encomendas particulares e oficiais, fazia parte
da Comissão que avaliava as obras vindas da Europa como “envios” ou
aquisições para o acervo da Academia. Francisco Manuel Chaves Pinheiro
demonstrou sua capacitação como avaliador, professor e artista sensível à
tendência da época, fazendo parte da referida comissão e com viagens
internacionais por ocasião de sua participação em exposições internacionais
(de Filadélfia e a de Paris) como integrante do corpo representativo acadêmico É autor de dois alto-relevos sobre a vida de São Francisco de Paula e
dos 12 apóstolos em madeira, feitos para a Igreja de São Francisco de Paula,
além de outros trabalhos decorativos realizados sob encomenda, para a Igreja
de Nossa Senhora da Glória, as matrizes do Engenho Novo e de São Cristóvão e
para o Hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Chaves Pinheiro tem ainda
no seu histórico, como aluno de Estatuária, a relevância de sua formação no
mais elevado gênero de elaboração de peças de pleno vulto. Neste sentido a
disciplina Fisiologia das Paixões foi fundamental para a sua capacitação,
dando-lhe subsídios teóricos e práticos para a elaboração e moldagem das
peças dimensionais. * Veja mais sobre Francisco Manuel Chaves Pinheiro em DezenoveVinte |