CORRÊA LIMA

(São João Marcos, RJ, 1878 - Rio de Janeiro RJ, 1974)

por Arthur Valle

Escultor e professor, José Octavio Corrêa Lima iniciou a sua formação artística em 1892, freqüentando como aluno livre as aulas de Belmiro de Almeida, Modesto Brocos, Zeferino da Costa e, especialmente, de Rodolpho Bernardelli na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Na Exposição Geral de 1899, foi contemplado com o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, com a obra Remorso. Entre 1899 a 1902, permaneceria no Velho Mundo, primeiro em Paris, depois em Roma, cidade onde fixou um ateliê e promoveu freqüentes sessões de modelo vivo, das quais participavam artistas locais.

Obras como Pagé, O Prisioneiro e Caim, apresentadas na VIII Exposição Geral de Belas Artes, em 1901, marcam o reconhecimento do artista pela da crítica de arte do período. Gonzaga Duque frisaria o realismo de Pagé que, segundo o crítico, “se diria apanhado em flagrante pela objectiva das Kodaks”; em outros de seus textos, o autor de Mocidade Morta faria referência elogiosas às esculturas de Corrêa Lima, particularmente a Mater Dolorosa, exibida na Exposição Geral de 1902.

Em 1907, já fixado definitivamente no Brasil, Corrêa Lima classificou-se em primeiro lugar no concurso do Ministério da Justiça para a execução do monumento ao Almirante Barroso, hoje localizado na Praça Paris, no Rio de Janeiro. Entre 1910 e 1930, ministrou aulas de escultura na ENBA - instituição da qual foi ainda diretor, entre 1927 e 1930 - e atuou como membro do Conselho Superior de Belas Artes. Em 1930, foi nomeado Presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro - a antiga Juventas, fundada por Annibal Mattos -, cargo que ocupou até o seu falecimento, em 1974. Corrêa Lima foi ainda membro da Academia Fluminense de Letras.

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