Os anos de formação de Alfredo Volpi e o contexto dos imigrantes
italianos em São Paulo no começo do século XX
Carlos Pires
PIRES, Carlos. Os
anos de formação de Alfredo Volpi e o contexto dos imigrantes italianos em São
Paulo no começo do século XX. 19&20, Rio de Janeiro, v. XII, n. 2, jul./dez. 2017. https://doi.org/10.52913/19e20.xii2.05
* * *
1. O
jovem Alfredo Volpi[1]
começou a trabalhar, como era relativamente comum entre os imigrantes italianos
do seu estrato social, em diferentes ofícios manuais desde muito cedo. Primeiro
como marceneiro-entalhador, passou a encadernador; em 1911, com aproximadamente
15 anos, já trabalhava com pinturas de decoração, atividade que realizou até o
final da década de 1940.
2. Suas
primeiras pinturas “autorais” são de meados dessa mesma década e antes da
virada para a próxima já é possível verificar um jovem pintor com raro domínio
técnico. Com efeito, o uso fino da cor, as pinceladas constituindo os volumes,
ou elaborando no próprio processo pictórico o desenho, revelam “uma relação tão
íntima [das coisas] com a pasta de que são feitas que chega a lembrar as
paisagens que Morandi pintaria mais tarde.”[2]
3. O
quadro de Volpi da Figura
1 é bastante devedor do que acontecia nas primeiras décadas em São
Paulo, que Mammì nomeia de “pintura paulista de mancha,”[3]
algo praticamente esquecido no final da década de 1950 quando, em uma
retrospectiva do pintor, o crítico Mário Schemberg caracterizava a pintura de
Volpi como um “impressionismo instintivo.”[4]
As balizas estéticas do pintor, ou a maneira particular como ele enxerga as
relações entre desenho e pintura,[5] foram em boa medida formadas nesse
momento.
4. O
contexto de forte imigração que aconteceu no final do século XIX, começo do XX,
trouxe para o país professores italianos e questões particulares da arte desse
país. A central aqui, como apontam alguns críticos, parece ligada aos macchiaioli,
que, segundo Argan, “precede, mas não antecipa, o Impressionismo, tendo com ele
pouco em comum. A poética dos macchiaioli é decididamente realista, de
acordo, talvez, com o realismo de Courbet e dos paisagistas de Barbizon, porém
com uma marcada remissão à tradição local e uma inclinação à anedota.”[6]
5. Um
desses professores imigrados, Giuseppe Perissinotto, que estudou em Florença
com Giovanni Fattori - o melhor “macchiaioli italiano”[7]
- fundou uma escola de pintura no bairro do Brás em São Paulo e foi professor
de Orlando Tarquinio, principal companheiro de Volpi no trabalho de pintura de
decoração ao longo da década de 1910.
6. Em sua
reflexão sobre o movimento italiano, Argan tem como contraponto o
Impressionismo que, no argumento maior de seu livro sobre a constituição da
arte moderna, funda “um novo sistema de visão do real,”[8]
enquanto os macchiaioli, “por
necessidade de clareza, simplificam a visão tradicional, isto é, a visão de
estrutura perspectiva, reconduzindo-a de alguma forma à sua origem histórica, a
arte florentina quatrocentista.”[9] No entanto, quando faz outra comparação
tendo como foco a composição dos macchiaioli em relação ao desenho
acadêmico, descreve a maneira particular que, nesse movimento italiano,
pensava-se o próprio processo de elaboração pictórica:
7.
Para os macchiaioli o desenho resultante da ligação entre manchas
não é o ato inicial, e sim o ato último e conclusivo da pintura, a síntese que
ordena e constrói na forma as sensações cromáticas e luminosas. Reduzindo,
simplificando, esclarecendo, o desenho elimina qualquer engrandecimento
retórico, qualquer excitação emotiva, qualquer efusão patética.[10]
8. Essa
maneira de conceber a composição funda uma dimensão processual do trabalho de
arte efetivamente “moderna” em que é possível perceber suas consequências em
obras que em alguma medida se desenvolveram tendo esse ponto como central.
Entre essas obras, algumas se destacam, em boa medida, por radicalizar essa
maneira de pintar e desenhar, como a de Morandi ou os pequenos desenhos
“pictóricos” de Giacometti, e, no país, a de Volpi. Isso mesmo partindo, muitas
vezes, de premissas espaciais aparentemente mais conservadoras. A questão
decisiva aqui, como observa Mammì, é a maneira como a obra de Cézanne, que tem
no centro de seu trabalho também essa dimensão processual - assim como os
principais Impressionistas - é “disputada” por diferentes correntes da arte
moderna do começo do século XX e de maneira particular por essa tradição
italiana:
9.
O
problema principal, para todos os pintores italianos dessa geração, foi a
interpretação de Cézanne. Para os cubistas Cézanne fora o iniciador de uma fase
de todo nova na arte, o homem que intuíra sinteticamente uma nova linguagem
plástica, cujas possibilidades era necessário, então, desdobrar analiticamente.
Para os artistas italianos da década de 20, ao contrário, Cézanne fora o
artista que conseguira recuperar, com sensibilidade inteiramente moderna, a
plenitude e a complexidade da tradição pictórica, descobrindo nela o que era essencial,
e liberando-a do convencional e do contingente. Não era questão, portanto, de
projetar Cézanne no futuro, radicalizando suas soluções, e sim de reler toda a
história da arte em função dele. E, como Cézanne quisera fazer Poussin sur
nature, eles tratavam de refazer Giotto (ou Angélico, ou Chardin, ou até mesmo
os impressionistas) sur Cézanne.[11]
10. Argan,
em seu livro sobre a arte moderna,[12] já apontava para a maneira problemática
como os cubistas enxergam Cézanne em chave “racionalista:” “Cézanne não afirma que se devam reduzir as
aparências naturais a formas geométricas; ele não se refere a um resultado, e
sim a um processo.”[13] O curioso é como um “equívoco” de
leitura dos cubistas[14] gerou um capítulo dos mais interessantes
- e de maior repercussão, com ecos bastante contraditórios - na história da
arte do século XX. De qualquer maneira, Argan parece atento a esse fator que
funda - quando realizado com maior amplitude, principalmente em obras de lenta
maturação - trabalhos efetivamente modernos: uma arte quase sem pressupostos,
ou (quase) sem esquemas formais “fixos”, que tem em seu centro a ideia/prática
de desenvolvimento ou processo, que transforma as arestas de seu material
artístico em centros formais e que em alguma medida enfrenta a separação do
“real,” ou social, entre teoria e prática.
11. As
balizas estéticas de Volpi estão fincadas nessa relação bastante fina entre
desenho e pintura que foram estabelecidas, ao que parece, nesse contexto de
imigração italiana com a influência do macchiaioli Giuseppe Perissinotto
[Figura 2] - diretamente ou por meio de Orlando
Tarquinio - e muitos outros italianos.
12. Outro
pintor paisagista que parece ter tido uma forte influência no jovem Volpi foi
Nicola De Corsi [Figura
3]. Ele expôs em São Paulo do começo da década de 1910, quando chega ao
país, até voltar à Itália em 1922. Sua formação é “tipicamente napolitana [...]
[foi] discípulo de Giacinto Gigante.”[15] A imprensa da época recebeu bem o
artista e, ao que parece, o público também. Segundo a historiadora Ruth
Tarasantchi, o público apreciava naquele momento uma modalidade de marinha que
o pintor realizava explorando efeitos “com barcos e velas refletindo-se na água
e deixando perceber, num fundo com neblina, prédios ao fundo.”[16]
De fato, a pincelada bastante aparente, beirando, em alguns momentos, o
exibicionismo virtuosista, acontece em uma pasta espessa com uma segurança que
deve ter impressionado não só a Volpi, como também Mário Zanini e, principalmente, Ottonne Zorlini,[17]
amigo próximo deles que estudou na Academia de Veneza e veio para São Paulo em
1919.
13. Algo
do gosto pelo cinza, como assinala Walter Zanini,[18]
e pelos tons rebaixados do Grupo Santa Helena[19] pode ter origem em pinturas como essa de
De Corsi que, naquele meio - São Paulo nas primeiras décadas do século XX -,
devia ter um forte poder persuasivo, ou revelador mesmo, pela segurança na
fatura que faz com que os elementos se definam por meio da direção das
pinceladas que ficam a meio caminho entre Cézanne e o efeito fácil. Mesmo a
maneira de executar a figura carregando as sacolas que caminha no velho Viaduto
do Chá em direção ao Teatro Municipal aceso ao fundo - em alguma medida
goeldiana antes de Goeldi - parece servir a Volpi como uma espécie de modelo
em quadros que pinta na década de 1930.
14. Outros
pintores devem ter contribuído para rotinizar no país uma pincelada mais
aberta, “tipo impressionista,, que parece ter caído no gosto do principal
patrono das artes de São Paulo daquele momento, o senador Freitas Valle. Nicola
Fabricatore, que pintou a Villa Kyrial, residência de Valle [Figura 4], é um
desses paisagistas italianos que passou pelo país nas primeiras décadas junto
com um grupo composto por De Carli, Amisani e Mancusi.[20]
15. Pinturas
de efeito fácil como a do espanhol Augustin Salinas, que também caíram no gosto de Freitas
Valle que claramente usava da sua posição pública para adquirir vantagens
privadas,[21] ajudaram nessa rotinização de uma
pincelada mais aberta que começava a acontecer, já desde o fim do século XIX,
até em setores das escolas oficiais e no ensino acadêmico. Salinas também
pintou a Villa Kyrial [Figura 5 e Figura 6].
[22]
16. Em
1916, segundo Marta Rossetti Batista, “despontam
diversos novos artistas, como os italianos Enrico Vio[23][Figura 7] [24] e Antonio Rocco - presenças marcantes no salão de 1916 [...],”[25]
que contribuíram nessa direção “impressionista” e na renovação do meio
artístico.
17. Mesmo
que a influência dos macchiaioli em Volpi ou desses paisagistas de
formação italiana seja mais imediatamente visível nos quadros da década de 1910
a 1930,[26] essa maneira de compor o quadro ou de
conceber processualmente o desenho por meio da pintura efetiva parece
acompanhar praticamente a vida toda do pintor e é um fator central na sua obra.
Essa dimensão processual do trabalho de arte é revelada por Volpi[27]
em um depoimento que dá ao crítico Olívio Tavares de Araújo, que frequentou seu
ateliê. O pintor fala disso com simplicidade e clareza e, ao mesmo tempo, como
algo evidente para se pensar a composição e o uso das cores:
18.
Um dia,
insisti com Volpi para que me explicasse como e por que ia escolhendo cada uma
das cores que, sucessivamente, aplicava numa tela. Sua resposta: “Mas você não
vê? Só podia ser esta. Você põe a primeira cor. Olha. Aí põe a segunda. Olha de
novo. Se está certo, você vê. Se está errado, você percebe e apaga. E começa
tudo de novo.[28]
19. Para
além da boa anedota, o que está em jogo no depoimento é uma perspectiva radical
dessa dimensão processual da qual estamos procurando estabelecer as origens.
20. Volpi
em diversos momentos enfatizou seu autodidatismo ou que “aprendeu o mister
artístico na própria prática.”[29] Isso, no entanto, não significa, como
parece claro, que essa prática não tenha se dado em diversos momentos por meio
de trocas com colegas, conversas, reproduções em livros ou revistas, visitas a
exposições, leituras etc. Volpi visita exposições de maneira cuidadosa[30]
desde a década de 1910 e começa em 1920 sua participação em salões, recebendo
seu primeiro prêmio nesta mesma década,[31] justamente em um evento em 1928 que
reunia artistas italianos imigrados.
21. Ainda
sobre esse primeiro período formativo do pintor, a crítica de arte Alice Brill,[32]
pensando em Mário Zanini[33], fornece elementos importantes para se
entender esse contexto e as referências culturais presentes nele:
22.
Nessa
época, Mário Zanini e seus companheiros do Liceu tiveram pouquíssimas
informações sobre arte moderna. Hugo
Adami relata, em depoimento à autora, que durante bastante tempo a única
fonte acessível a eles era a revista italiana Natura e Arte, de orientação
acadêmica. Em 1927-1928, Adami volta de uma viagem de estudos da Europa,
trazendo como novidade para os paulistas a notícia do movimento macchiaioli,
considerado a fonte do movimento novecento, segundo ele. Entre os artistas
desse movimento que os sensibilizavam na época, Adami cita Michetti, E.
Dalbono, G. Nittes, Giovanni Silvestre, Fattori, Signorini e Cabrianca. Os macchiaioli
tem em comum com os impressionistas franceses a prática da pintura ao ar livre
e o uso da mancha.
23. Antes
dessa data que Hugo Adami aponta, o movimento italiano já encontrava ecos no
país por meio do discípulo de Giovanni Fattori, o professor Perissinotto, que,
como vimos, direta ou indiretamente influenciou Volpi e, ainda, pelos muitos
paisagistas que passaram por São Paulo.
24. Outro
pintor e decorador que foi próximo e parece ter tido influência sobre Volpi e
Mário Zanini nesse momento foi Bernardino Ficarelli. Como Volpi, Ficarelli, que
é aproximadamente 10 anos mais velho do que ele, veio criança para São Paulo,
mas voltou à Itália em 1909 onde frequentou escolas de belas artes em Roma e
Florença.[34] Durante a Primeira Guerra Mundial passou
um ano nos Estados Unidos, retornando a São Paulo na segunda metade da década
de 1910. Estabeleceu uma firma de decoração que teve Volpi e Zanini como
aprendizes:
25.
Reunia
amigos e artistas, dentre eles, Volpi, Rebolo, Zanini, Pennacchi, em sua residência na Rua Conselheiro Furtado
987, onde possuia um grande atelier e também, de onde saíam para pintar ao ar
livre nos bairros da periferia da cidade, principalmente Casa Verde, Canindé,
Tremembé, Tatuapé, sempre às margens do Rio Tietê, que era muito pitoresco com
as olarias e chácaras na sua margem.[35]
26. Ficarelli,
segundo Walter Zanini, “elaborou paisagens com algumas características técnicas
impressionistas”[36] [Figura 8].
O pintor possuía um acervo de livros com reproduções facsímile de pintores
pré-impressionistas e impressionistas que, provavelmente, foi bastante visitado
e manuseado por Volpi. Em 1933, Ficarelli instalou seu ateliê no palacete Santa
Helena - antes, portanto, de 1934, data que Walter Zanini estabelece para o
começo da ocupação do edifício pelos membros do futuro Grupo Santa Helena. E,
ainda que com uma frequência menor que os principais pintores do grupo,
participou de salões e teve uma exposição individual em 1939.
27. O
momento em que a história desses pintores italianos convergiu de maneira mais
efetiva com a do modernismo brasileiro foi em meados da década de 1930, quando
um grupo composto prioritariamente por filhos de imigrantes ou por imigrantes
propriamente, na sua maioria italianos com baixo poder aquisitivo, começou a se
reunir no Palacete Santa Helena. O nome do grupo, no entanto, foi dado por
Sérgio Milliet apenas na década de 1940 quando esse não estava mais reunido no
Palacete. Foi nesse contexto de convergência com o modernismo e como membro
desse grupo que Volpi chamou a atenção da crítica de maneira mais efetiva,
embora já pintasse há aproximadamente 20 anos, atento, na medida de um sujeito
com reduzidos recursos materiais, aos principais desdobramentos do modernismo
nas artes plásticas no país - lembrando que esses desdobramentos aconteciam em
grande parte dentro das residências de colecionadores e artistas ou, muitas
vezes, em lugares sociais de circulação restrita aos estratos sociais
privilegiados economicamente e/ou socialmente.
28. Mário
de Andrade teve um papel importante na colocação desse grupo de imigrantes
nos meios culturais da época.[37] Ele
investiu muito de sua energia no final da década de 1930 até sua
morte, na metade da seguinte, em uma direção em que associa competência técnica
à consciência profissional na crença da “potência moralizadora da técnica,”
como formulou em Elegia de abril, em
certa luta contra a “improvisação.” Esse é o momento em que Mário estabelece
importantes balizas para uma reflexão crítica em relação ao primeiro modernismo
do qual foi importante protagonista e que coloca o grupo de pintores do qual
Volpi fez parte nos círculos modernistas, salões e em veículos de comunicação,
destacando justamente o valor técnico que enxergava n’“esta paulista família.”[38]
Referências
bibliográficas
ARGAN, Giulio Carlo. Arte
Moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia
das Letras, 1999.
ARAÚJO, Olívio Tavares de. Volpi
90 anos. São Paulo: Museu de Arte Moderna, 1986.
ARAÚJO, Olívio Tavares de. Volpi: têmperas. São Paulo: Cosme Velho
Galeria de Arte, 1973.
AZEVEDO, Valéria Silva Vicente
de (org.). Iconografia paulistana em
coleções particulares. Apresentação Francisco de Paula Simões Vicente de
Azevedo, José Roberto Teixeira Leite. São Paulo: Sociarte, 1999.
BATISTA, Marta Rossetti
Batista. Anita Malfatti no tempo e no espaço. São Paulo: Ed. 34/ Edusp,
2006.
BRILL, Alice. Mário Zanini
e seu tempo. São Paulo: Perspectiva, 1984.
CHIARELLI, Tadeu. Um Jeca
nos vernissages. São Paulo: Edusp, 1995.
MAMMÌ, Lorenzo. Volpi.
São Paulo: Cosacnaify, 2001.
MICELI, Sergio. Nacional e
Estrangeiro: História Social e Cultural do Modernismo Artístico em São
Paulo. São Paulo: Cia das Letras, 2003
PONTES, Heloísa. Destinos
Mistos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998
ZANINI, Walter. A arte no
Brasil nas décadas de 1930-40: O grupo Santa Helena. São Paulo,
Nobel/Edusp, 1991.
[1] O pintor nasceu em 14
de abril de 1896 em Lucca, na Itália, e imigrou para o Brasil quando tinha dois
anos de idade.
[2] MAMMÌ, Lorenzo. Volpi. São Paulo, Cosacnaify,
2001, p. 10.
[3] Idem. Outros estudos
falam em pintores paisagistas paulistas.
[4] Idem.
[5] Um exemplo dessa visão
de Volpi é esta afirmação: “Picasso é mais desenho. Mondrian não era muito
pintor, não? Max Bill, esse não é pintor. Já Albers é pintor. E Matisse, o mais
pintor de todos.” Citado no texto de Olívio Tavares de Araújo produzido para o
catálogo da exposição do pintor em 1973.
[6] ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna: do iluminismo aos
movimentos contemporâneos. Tradução de Federico Carotti e Denise Bottmann. São Paulo,
Companhia das Letras, 1999. p. 164.
[7] MAMMÌ, op. cit., p.10.
[8] ARGAN, op. cit., p.
165
[9] Idem.
[10] Idem.
[11] MAMMÌ, op. cit., p. 15.
[12] ARGAN, op. cit.
[13] Ibidem, p. 112.
[14] É claro que muito dessa
dimensão processual está nos cubistas.
[15] Cf. AZEVEDO, Valéria
Silva Vicente de (org.). Iconografia
paulistana em coleções particulares. Apresentação Francisco de Paula Simões
Vicente de Azevedo, José Roberto Teixeira Leite. São Paulo: Sociarte, 1999.
[16] Ibidem, p. 299-300.
[17] Zorlini “foi o primeiro
colecionador importante e uma espécie de marchand do grupo Santa Helena
grupo.” Cf. ZANINI, Walter. A arte no
Brasil nas décadas de 1930-40: O grupo Santa Helena. São Paulo,
Nobel/Edusp, 1991. p. 25.
[18] “Capazes no desenho e
na composição, cultivados em aprimoramento permanente, uma de sua
idiossincrasia passionais revelava-se no gosto pelos cinzas”. Ibidem, p. 14.
[19] Esse nome foi dado em
função do Palacete Santa Helena, um edifício no centro da cidade de São Paulo
que em meados da década de 1930 passou a abrigar um grupo de amigos e conhecidos,
na sua maioria imigrantes, que tinha como interesse comum as artes plásticas.
[20] AZEVEDO, op. cit., p.
73.
[21] Para uma caracterização
detalhada dessa situação cf. MICELI, Sergio. Nacional e Estrangeiro: História Social e Cultural do Modernismo
Artístico em São Paulo. São Paulo, Cia das Letras, 2003. p. 58-66.
[22] Sobre a preferência de
Freitas Valle, ou sua formação duvidosa, Monteiro
Lobato comenta em um artigo da década de 1910: “O próprio homem culto,
saído de uma bela casa de ensino superior, não distingui um cromo ‘Beauglant’
da mais sugestiva marinha de Castagneto.
Isso explica um certo Salinas na Pinacoteca”. Sobre essa observação, Chiarelli
na defesa que faz de Lobato comenta: “A citação elogiosa que Lobato faz a
Castagneto, indicando que o crítico conhecia a obra do artista e que via nelas
qualidades que, se comparadas as pinturas do artista espanhol Agostin Salinas -
adquiridas pelo Estado para o acervo da Pinacoteca - , davam bem a dimensão da
meia-cultura dos governantes.” CHIARELLI, Tadeu. Um Jeca nos vernissages.
São Paulo, Edusp, 1995, p. 163.
[23] Antônio Rocco fundou em
1918 a Escola Novíssima de pintura e desenho na rua da Consolação em São Paulo
junto a Nocolo Petrilli e A. Sironi. Cf. AZEVEDO, op. cit.
[24] No livro de onde foi
tirada a referência dessa imagem - cf. AZEVEDO, op. cit., p. 21 -, está marcado
que a data da pintura é 1910. É bem provável que eles tenham se orientado pela
referência ao lado da assinatura que, ao que tudo indica, não está correta. É
mais provável que a data seja 1916, já que o pintor chega ao Brasil apenas em
1911.
[25] Cf. BATISTA, Marta
Rossetti. Anita Malfatti no tempo e no espaço. São Paulo, Ed. 34/
Edusp, 2006, p. 173-174.
[26] E ainda assim, segundo
Mammi, da escola napolitana; cf. MAMMÌ, op. cit., p. 164. Alguns artistas
napolitanos, de qualquer maneira, tentaram formular uma ação conjunta com os de
Florença, cf. ARGAN, op. cit.
[27] O trabalho de Volpi
perde parte da força inventiva quando começa, na passagem da década de 1960
para 1970, a fixar esquemas compositivos.
[28] ARAÚJO, Olívio Tavares
de. Volpi 90 anos. São Paulo: Museu
de Arte Moderna, 1986.
[29] ZANINI, op cit., p. 94.
[30] Ele visitou a exposição
de Anita Malfatti de 1917 e, ao que parece, ficou bastante
impressionado.
[31] MAMMÌ, op. cit., p.
104.
[32] BRILL, Alice. Mário Zanini e seu tempo. São Paulo,
Perspectiva, 1984.
[33] Mário Zanini morava no
mesmo bairro de Volpi, mas eles só se tornarão amigos em 1927.
[34] Essas informações estão
no site sobre o Bernardino Ficarelli, organizado por seu filho Adriano
Ficarelli: http://bficarelli.com/ficarelli/Galery.php?l=p
[35] Fornecido no mesmo site
com a referência: “texto extraído do acervo do IEB – Instituto de Estudos
Brasileiros.”
[36] ZANINI, op. cit., p.
99.
[37] Heloísa Pontes faz uma
boa caracterização de como isso acontece em: PONTES, Heloísa. Destinos
Mistos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
[38] Este é o nome do artigo
de Mário: ANDRADE, Mário de. “Esta Paulista Família”. O Estado de São Paulo, 2 jul. 1939.